DÍLI, 23 de março de 2023 (TATOLI) – O Instituto para a Qualidade de Timor-Leste (IQTL) pretende criar um laboratório, sob a responsabilidade de um conselho nacional (também a criar), que se especialize em avaliações técnicas de modo a garantir a qualidade dos produtos.
“A intenção é de que o espaço também ajude a determinar os requisitos comerciais a que os bens e mercadorias devem obedecer”, informou Bonifácio Barreto, Conselheiro Técnico do IQTL, em City-8, Díli, na quinta-feira.
Para facilitar este processo, o IQTL assinou um pacto de colaboração com a Câmara de Comércio e Indústria de Timor-Leste (CCI-TL). Segundo Hergui Luina Alves, Vice-Presidente da CCI-TL, é importante que as autoridades envolvam as empresas públicas e privadas, no sentido de elevar os produtos a padrões reconhecidos globalmente, devidamente certificados.
“Timor-Leste vai aderir à ASEAN, pelo que é necessário que os bens do país tenham qualidade comprovada, tanto no setor privado, como no público, para que possam competir no mercado internacional. Caso contrário seremos meros espetadores destas trocas comerciais”, sublinhou a Vice-Presidente da CCI-TL.
No ano passado, o IQTL chegou a avaliar determinados produtos, como algumas marcas de água. A iniciativa provisória foi resultado de uma cooperação entre os Governos timorense e indonésio.
O novo laboratório, mais apto e sofisticado, iria aumentar a abrangência de produtos a serem avaliados.
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Os requisitos
De acordo com uma apresentação de Shusil Kumar, consultor técnico principal da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO, em inglês), Timor-Leste pretende obter a certificação de acordo com os padrões da Organização Internacional de Normalização (ISO, em inglês), circunstância que fomenta credibilidade para os consumidores, clientes e outros parceiros comerciais.
A ISO é uma organização criada em 1946, com sede em Genebra, Suíça, e que agrega mais de 160 países. O seu objetivo é desenvolver e promover normas de qualidade que possam ser utilizadas em todo o mundo.
“para garantir uma informação credível dos produtos no mercado, é preciso efetuar avaliações em laboratório para conhecer, entre outros, o seu conteúdo de acordo com as informações que estão a ser destacadas nos rótulos e embalagens”, explicou Shusil Kumar.
“Por consequência”, continuou Shusil, “se os timorenses investirem na qualidade das estruturas, os produtores serão capazes de cumprir requisitos internacionais e ajudarão o país no mercado internacional. Segundo um índice mundial de qualidade de estruturas, o país é classificado com menos qualidade”. Esta avaliação menos positiva já foi destacada como algo a melhorar pela TANE, Associação de Defesa do Consumidor.
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A Heineken de Timor-Leste, multinacional de álcool que produz cerveja, é uma das empresas com certificação ISO 22000, que exige requisitos específicos como, por exemplo, segurança das mercadorias no acondicionamento e no transporte.
Lígia Machado, gestora de Garantia da Qualidade da Heineken, sublinhou que é importante que as indústrias timorenses tenham esta certificação, porque serão apoiadas nos negócios e, simultaneamente, ajuda-se os cidadãos a tomar conhecimento de informação detalhada sobre os produtos.
Equipa da TATOLI