DÍLI, 29 de novembro de 2022 (TATOLI) – A Diretora-Executiva da Organização Não-Governamental (ONG) Estrela + de Timor-Leste, Inês Lopes, pediu o apoio da família no combate à discriminação e ao estigma contra os portadores do VIH/SIDA.
De acordo com um estudo da Estrela + em 2019, 40% das pessoas com VIH/SIDA sofreram de atos de discriminação e estigma por causa de alguns profissionais de saúde divulgarem as suas identidades.
“A discriminação e o estigma prejudicam o tratamento aos seropositivos, porque, neste caso, a identidade de alguns pacientes foi tornada pública e, por isso, desistiram dos cuidados médicos. Consideramos, por isso, esta atitude contra os direitos humanos. O apoio da família é prioritário para a recuperação dos seropositivos”, afirmou a dirigente à Tatoli, no Palapaço, Díli.
Segundo a responsável, a maioria dos portadores do VIH/SIDA enfrentam a discriminação e o estigma pela própria família.
A organização continua a disseminar as informações sobre VIH/SIDA pelos seus elementos, eles próprios seropositivos, para que o público eleve os seus conhecimentos de modo a sobreviver com esta doença infeciosa num ambiente sem qualquer diferença de tratamento.
“A organização realiza anualmente uma formação sobre cuidados de saúde para as pessoas com VIH/SIDA e dissemina também informações sobre direitos humanos e saúde reprodutiva. É importante que as pessoas com o vírus façam o tratamento”, acrescentou.
O Fundo Global e outros parceiros de desenvolvimento continuam a apoiar a Estrela + para informarem às autoridades locais e aos profissionais de saúde sobre o assunto em causa.
A organização trabalha igualmente com os ministérios da Saúde e da Justiça para defenderem os direitos dos seropositivos de modo a evitar a discriminação e o estigma.
“A Estrela + de Timor-Leste coopera também com a Provedoria dos Direitos Humanos e Justiça para monitorizar o atendimento dos serviços das instituições públicas”, afirmou.
A maioria de casos do VIH/SIDA até agora detetados surgiu nos municípios de Díli, Baucau, Covalima, Bobonaro e na Região Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, o país tem atualmente 1.582 pessoas com VIH/SIDA e registou 260 óbitos.
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Jornalista: Isaura Lemos de Deus
Editora: Maria Auxiliadora