DÍLI, 21 de junho de 2022 (TATOLI) – O Conselho de Imprensa (CI) anunciou, hoje, a criação do prémio Max Stahl destinado aos órgãos de comunicação social.
“A criação deste novo prémio foi aprovada em sessão plenária e está publicada no Jornal da República. Por isso, o CI anuncia hoje publicamente este prémio que se destina a jornalistas timorenses”, disse o Presidente, Virgílio Guterres, na conferência de imprensa, no Quintal Boot.
O responsável explicou ainda que o prémio se chama “Max Stahl”, em homenagem ao saudoso jornalista que lutou pela independência de Timor-Leste durante a ocupação da Indonésia.
O presidente disse que “o prémio visa honrar Max Stahl e motivar os jornalistas dos canais audiovisuais que estão registados no CI na promoção dos direitos dos cidadãos timorenses, pois a comunicação social tem esse poder”, referiu.
O responsável referiu que os candidatos têm de submeter a concurso, até final de setembro, um documentário que já tenha sido publicado.
Segundo o presidente, o vencedor do prémio vai receber 1.500 dólares americanos.
Max Stahl, jornalista e realizador, responsável pela filmagem das imagens do massacre de Santa Cruz, em 1991, que permitiram chamar a atenção para a situação de Timor-Leste e colocar o país no topo da agenda internacional, um importante contributo para a autodeterminação do povo timorense.
Faleceu a 28 de outubro, em Brisbane, vítima de doença prolongada, no mesmo dia em que se assinalavam os 30 anos da morte de Sebastião Gomes, que originou a homenagem que culminou no massacre de Santa Cruz.
Christopher Wenner, mais conhecido por Max Stahl, nasceu a 6 de dezembro de 1954 no Reino Unido.
Depois de ter passado por vários cenários de conflito, sobretudo na América Latina, em agosto de 1991, Max Stahl veio para Timor-Leste para filmar o documentário que viria a chamar-se “In Cold Blood: The massacre of East Timor”.
A 12 de novembro de 1991, acompanhou e filmou a marcha de homenagem da igreja de Motael até à campa de Sebastião Gomes, que culminou no massacre do Cemitério de Santa Cruz, em que centenas de jovens timorenses foram mortos por militares indonésios. As imagens correram o mundo e deram a conhecer o drama timorense.
A filmagem impulsionou a frente diplomática, catapultando Timor-Leste para as primeiras páginas dos meios de comunicação mundiais, depois de vários anos em que a situação timorense permanecia adormecida para a comunidade internacional.
Jornalista: Jesuína Xavier
Editora: Maria Auxiliadora