DÍLI, 31 de maio de 2022 (TATOLI) – O Presidente da República timorense, José Ramos Horta, disse hoje que a nomeação do Arcebispo Metropolitano de Díli, Dom Virgílio do Carmo da Silva, SDB como novo cardeal é um privilégio para a igreja católica de Timor-Leste.
“Estou satisfeito com a decisão de Sua Santidade, o Papa Francisco, por nomear Sua Eminência Virgílio do Carmo da Silva como um dos novos membros do Colégio Cardinalício. Acreditamos que este anúncio não só é um privilégio para o Arcebispo Virgílio, mas também uma grande honra à igreja católica de Timor-Leste”, afirmou o Presidente num comunicado a que a Tatoli teve acesso.
Segundo o Chefe de Estado, esta nomeação é um marco histórico no país “que é saudado pelos católicos em Timor-Leste que correspondem a 98% de toda a população. É ‘gaudium magnum’, uma grande satisfação para o rebanho de Timor-Leste, juntamente com os restantes cardiais”, referiu.
O Presidente realçou ainda que Timor-Leste tem uma das comunidades religiosas mais coesas, pois tem a maior percentagem de católicos em comparação com outros países católicos cristãos de todo o mundo.
“O Santo Padre nomeou o Bispo Virgílio a Cardeal, porque ele é experiente, inteligente, simples e humilde”, afirmou.
Ramos Horta lembrou também que o cristianismo de Timor-Leste se iniciou no século XVI com a chegada a Lifau, Oé-Cusse, dos primeiros missionários dominicanos.
“Desde então, o papel da Igreja Católica em Timor-Leste tem sido o de moldar uma identidade nacional que, juntamente com a língua tétum e a língua portuguesa, fazem de Timor-Leste uma nação mais distinta e coesa”, referiu.
José Ramos Horta referiu ainda que durante o seu mandato vai acompanhar a expansão do papel da igreja católica na educação, cultura, identidade e unidade nacional.
O Chefe de Estado agradeceu ao Santo Padre por escolher Dom Virgílio para Cardeal no momento em que o país celebrou 20 anos da Restauração da Independência.
Já o Primeiro-Ministro timorense, Taur Matan Ruak, estava satisfeito com a comunidade cristã e igreja católica pela nomeação do Bispo de Díli pelo Papa Francisco como primeiro cardeal na história do país.
O Arcebispo Dom Virgílio disse, por sua vez, que não sonhava em tornar-se um cardeal e ficou surpreendido quando ouviu a informação.
“É verdade que o Santo Padre não deu isto por mim, mas pela igreja e pelo povo timorense”, afirmou.
Segundo o Arcebispo, a igreja e os católicos timorenses merecem receber a graça e o reconhecimento de Deus pelos 500 anos da evangelização e pelos 20 anos da Restauração da Independência do país.
O Papa Francisco convocou para 27 de agosto um Consistório para a nomeação de novos cardeais. O anúncio foi feito ontem, no final da oração do Angelus, na Praça de São Pedro de Roma, em Itália, na qual foram anunciados novos cardeais de vários países, incluindo o Arcebispo timorense.
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Jornalistas: Domingos Piedade Freitas/Afonso do Rosário
Editora: Maria Auxiliadora