DÍLI, 28 de janeiro de 2022 (TATOLI) – A Diretora da Organização Não Governamental da Missão Lepra em Timor-Leste (MLTL), Afliana Lisnahan dos Reis, disse que a eliminação do estigma e da discriminação contra os doentes com lepra requer mais educação e sensibilização junto da população.
“Não estamos a generalizar. No entanto, existe em Timor-Leste, o estigma e a discriminação contra os doentes afetados com lepra estão bem presentes mesmo no seio familiar, vizinhos e colegas. Esta situação causa, por um lado, sentimentos de medo, e por outro lado, de vergonha. É, por isso, necessário mais e melhor educação, além de promover ações de sensibilição acerca deste problema”, afirmou a dirigente, no Ponte Comoro III, em Díli.
De acordo com a dirigente, é preciso envolver os leprosos nas múltiplas atividades para que o estigma e a discriminação sejam definitivamente eliminados.
“Necessitamos de envolver todos os leprosos nas diferentes atividades e ações diárias, como por exemplo levá-los a almoçar e a jantar juntos para que não se sintam descriminadas e abandonas”, sublinhou.
Afliana Lisnahan insistiu na importância do combate ao estigma e à discriminação contra os leprosos no país.
Já Domingos Ataíde, um doente com lepra, contou que contraiu, em 2002, a doença, mas graças à realização do rastreio de contactos e teste de despistagem, no âmbito do Programa do Governo, viria a conseguir obter o tão almejado tratamento médico.
“Foi-me diagnosticado lepra. Tenho os meus pés em ferida. Apesar de ter feito vários tipos de tratamento médico em clínicas, nunca cheguei a recuperar. A equipa médica da altura trouxe-me, há dois anos, para este local [na MLTL] para receber tratamento”, disse.
Domingos Ataíde referiu que nunca sentiu qualquer forma de discriminação por parte da família.
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Jornalista: Isaura Lemos de Deus
Editora: Maria Auxiliadora