DÍLI, 24 de janeiro de 2022 (TATOLI) – A empresa Caltech recicla e transforma lixo plástico em novos materiais de construção, em particular azulejos.
O objetivo da transformação do lixo plástico em novo produto, neste caso em concreto em azulejos, é colmatar a falta de empresas de reciclagem em Timor-Leste.
É por este motivo que a empresa Caltech tomou a iniciativa de transformar o lixo em produtos de utilidade.
A engenheira ambiental da Caltech, Santina Moniz, disse que a empresa recolheu o lixo plástico não só da comunidade que o entregou voluntariamente como também de parceiros, como são os casos da Organização Não Governamental Verde Mercy Corps e da empresa Heineken.
Segundo a responsável, a empresa possui três tipos de desenho relativos à produção de azulejos, são eles – aurora, kadoras e soru -, além de estar diariamente a produzir entre 35 a 40 pavimentos.
Santina Moniz referiu também que a empresa coopera atualmente com a loja Vinod Patel com o objetivo de pôr à venda os diversos tipos de pavimento a 6.50 cada, salientando a compra direta do material por parte de organizações internacionais.
De acordo com a respeonsável, a empresa tem estado a promover os diferentes tipos de azulejo com o propósito de os vender no mercado internacional, nomeadamente na Austrália e Canadá.
A reciclagem do lixo plástico, como refere Santina Moniz, é uma medida urgente a ser adotada para “garantir um ambiente mais saudável”, prevenindo fenómenos extremos de meteorologia.
“Muitos alunos visitaram a empresa para conhecerem o modelo de produção do novo produto a partir do lixo. É-lhes explicado todo o processo, além de os pedir que fizessem chegar à empresa sacos de plásticos”, afirmou.
Caltech iniciou a sua atividade, em 2019, nomeadamente com a transformação do lixo plástico em azulejos, tendo já conseguido produzir 12 mil pavimentos. Para cada pavimento a empresa utiliza em média entre 70 a 100 garrafas de plástico.
O Gerente Operacional da Caltech, Rogério Hornai, disse, por sua vez, que a empresa adquira o lixo recolhido pela população de Tíbar. “Cada tonelada de lixo plástico ascende aos 75 dólares americanos. Este processo de reciclagem traz efeitos positivos na economia local”, considerou.
O gerente operacional sugeriu, por outro lado, ao Governo que fosse, no âmbito da política do plástico zero, utilizado produtos locais no que diz respeito a materiais de construção, pois a população considera excessivo o preço do produto importado.
De acordo com os dados de 2015, são diariamente produzidas, em Díli, mais de 200 toneladas de lixo, das quais 55% dos resíduos são despejados na lixeira de Tíbar e 45% vão diretamente para valetas, rios e mar.
O estudo levado a cabo levou o Governo timorense a dar prioridade à implementação da política do “plástico zero”, com destaque para a criação de decretos-lei, nomeadamente o do Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos.
Com o propósito de combater eficazmente o lixo, a SEA lançou em 2020 a primeira fábrica de reciclagem de plásticos, gerida pelas empresas Caltech e Heineken em cooperação com a Mercy Corps e outras agências de desenvolvimento.
A empresa Caltech e a Heineken juntamente com a Agência de Cooperação Japonesa (JICA, em inglês), Agência de Cooperação Internacional da Coreia (KOICA, em inglês), Agência de Cooperação Norte-Americana (USAID) e a União Europeia apoiaram a Mercy Corps com mais de 4 milhões de dólares para a reciclagem de plásticos transformados em cimento. A iniciativa tem como objetivo reforçar a política do Governo do plástico zero.
Notícia relevante: SEA lança fábrica de reciclagem de lixo
Jornalista: Jesuína Xavier
Editora: Maria Auxiliadora