DÍLI, 17 de janeiro de 2022 (TATOLI) – O lixo tornou-se um problema nacional que requer a atenção e a participação de toda a sociedade para reduzir, erradicar e fornecer soluções, especialmente a gestão do saneamento em Díli, para que a comunidade possa viver de forma saudável e se crie uma boa imagem para os visitantes internacionais que queiram visitar o país, revelou um dos investigadores do Centro de Estudos de Género da Universidade Nacional de Timor Lorosa’e (UNTL), Gil da Conceição.
“A gestão do saneamento é um dos maiores problemas ambientais, relacionado com o aumento do número de habitantes e outras características tais como a educação, mentalidade e comportamento”, disse Gil da Conceição, à Tatoli, no Campus da UNTL, em Díli.
“A consciência do público sobre a gestão do saneamento ainda é pouca, pois o lixo é colocado em qualquer lugar, sem cumprimento do horário estabelecido pelo Governo”, acrescentou.
A autoridade do Município de Díli já criou um horário para deitar o lixo na lixeira entre as 04h00 e as 07h00.
Segundo o resultado da pesquisa realizada em 2014 pelos docentes Gil da Conceição e Matias Boavida, do Centro de Estudos de Género da UNTL, sobre a mentalidade das mulheres em relação à gestão dos resíduos domésticos, em 1.254 entrevistados, residentes em cinco sucos de Díli – Caicoli, Bidau Santa Ana, Lahane Ocidental, Bairro Pité e Comoro – 79,1% das mulheres tem uma elevada responsabilidade na gestão do lixo em comparação com 41,1% dos homens.
O estudo também identifica a forma utilizada por cada família, nomeadamente donas de casa, para gerir os resíduos domésticos: colocá-lo em frente da casa (41,9%), nos sacos que serão levados pelos veículos de recolha de lixo (27,6%), distribuir por tipo o lixo antes de o deitar fora (69,6%), deitar o lixo no rio (12,7%), queimar (28,9%) e enterrar (12,4%).
No relatório, os investigadores identificaram que os fatores que contribuem para o aumento do volume de resíduos em Díli são o número insuficiente de lixeiras em cada aldeia, o atraso na recolha de resíduos pelo pessoal do saneamento e a falta de compreensão pública sobre a gestão de resíduos para uma vida saudável.
Já o Decano da Faculdade de Saúde Pública da Universidade da Paz (UNPAZ), Martinos Nahak Lino, realçou que dois dos principais problemas do saneamento na capital são a má gestão e a falta de conhecimento dos cidadãos sobre a separação do lixo – orgânico e não-orgânico.
O docente considerou que a melhor forma de resolver o problema dos resíduos no país, sobretudo na capital, é construir um aterro sanitário e reciclar.
No que toca à falta de contentores de lixo na cidade, o Ministério da Administração Estatal (MAE) colocará quatro mil novos contentores de lixo para acomodarem os resíduos produzidos pela população.
Díli produz diariamente 220 toneladas de lixo, com cada indivíduo a contribuir com mais de 0,7 quilogramas, sendo que 55% dos resíduos é transportado para a lixeira de Tíbar e 45% vai para valetas, rios, mar, entre outros.
Notícia relevante: MAE colocará quatro mil contentores de lixo na capital
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Maria Auxiliadora