DÍLI, 05 de janeiro de 2022 (TATOLI) – O Parlamento Nacional (PN) timorense, através da Comissão E, que trata de assuntos de infraestruturas, irá elaborar um plano de atividades para a fiscalização direta do processo de construção do ferry Haksolok.
O Vice-Presidente da Comissão E, Fabião de Oliveira, disse que a comissão já tinha em vista este plano de fiscalização direta, mas a situação da covid-19 não permitiu à equipa viajar para o estrangeiro.
“Atualmente, ainda não temos um plano concreto para fazer a fiscalização, porque estamos no início do ano. Mas vamos elaborar programas e planos para levar a cabo a fiscalização no terreno, o que dependerá da deliberação da comissão”, disse Fabião de Oliveira em declaração aos jornalistas no parlamento.
A competência do Parlamento Nacional é aprovar o orçamento para o navio até à conclusão do processo de construção e trazê-lo para Timor-Leste.
O deputado da bancada da FRETILIN afirmou que a chegada do ferry Haksolok a Timor-Leste já tem um atraso de vários anos porque o processo de construção não é facil e é preciso tempo para o finalizar.
Fabião de Oliveira acredita que o governo central e a Autoridade da Região Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno (RAEOA) irão resolver esta questão.
“Acredito que o ferry Haksolok chegará um dia, seja este ano ou no próximo. Com certeza virá para Timor-Leste, porque a competência do Parlamento Nacional é aprovar o orçamento. Esperamos a chegada do navio”, acrescentou.
A história do ferry Haksolok
Atualmente, o navio Haksolok ainda se encontra na Figueira da Foz, em Portugal, devido aos problemas financeiros enfrentados pela empresa Atlantic Eagle Ship Building, responsável pela construção.
O contrato de construção do Haksolok foi fixado em 13,7 milhões de euros e o navio foi inaugurado a 26 de maio de 2017 na cidade Figueira da Foz, em Portugal. O ferry deveria ter chegado a Timor-Leste em outubro do mesmo ano, mas, por problemas internos entre a empresa e o subempreiteiro, tal não aconteceu.
O processo de aquisição do navio teve início em 2014 entre o Governo central timorense e a empresa portuguesa, passando depois a competência para a Região Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno (RAEOA).
Este transporte marítimo terá a capacidade para transportar 377 pessoas e 15 automóveis.
A decisão de escolha do estaleiro partiu do V Governo Constitucional, liderado por Kay Rala Xanana Gusmão como Primeiro-Ministro, através do seu vice-ministro dos Transportes e Comunicações, Pedro Lay da Silva, que assinou um acordo com o estaleiro Atlantic Eagle Building, Lda a 22 de setembro de 2014.
A Autoridade da Região Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno – Zonas Especiais de Economia Social de Mercado de Timor-Leste (RAEOA-ZEESM-TL) – recebeu o processo de construção do navio através da transferência do projeto e alocação dos fundos pelo governo central para atribuir poder e verbas ao contrato entre o Governo de Timor-leste e o estaleiro Atlantic Eagle Ship Building.
A fim de assegurar a sua implementação, com base nos padrões técnicos do navio Haksolok, e para assegurar que se possa registar internacionalmente de acordo com os requisitos solicitados pelo Governo de Timor-Leste, a RAEOA-ZEESM assinou um contrato de supervisão com o Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), com mais de 50 anos de experiência, para realizar a fiscalização da construção.
Jornalista: Nelson de Sousa/Tradutor: Afonso do Rosário
Editor: Cancio Ximenes