DÍLI, 31 de dezembro de 2021 (TATOLI) – O Presidente da República quer que o país reduza a dependência da importação e apela a um maior investimento na agricultura.
“O Estado timorense tem de criar condições para o país diminuir a dependência da importação. Temos, por isso, de dar prioridade ao setor agrícola, nomeadamente à agricultura familiar”, apelou Lú Olo, na celebração Dia dos Heróis Nacionais, na Rotunda de Nicolau Lobato, em Comoro, Díli.
O Chefe de Estado lembrou que são importados produtos de primeira necessidade, o que gera “uma grande despesa”.
“O nosso país não é soberano enquanto não obtivermos soberania alimentar”, alertou.
O Presidente recordou também os problemas de transporte e logística causados pela covid-19.
“O Presidente da República quer chamar atenção dos responsáveis e dos cidadãos, porque não sabemos quando é que termina a pandemia da covid-19. Surgiu recentemente a nova variante Ómicron que se alastra rapidamente. Não temos informação sobre a entrada desta nova variante no país. Devemos, por isso, preparar-nos, caso aconteça”, apelou.
Lú Olo considera que as cheias e a crise sanitária mostraram uma resposta lenta aos problemas que surgem inesperadamente, o que revela “falta de capacidade de planeamento e organização”.
É de lembrar o Ministro da Agricultura e Pescas, Pedro dos Reis, tinha antes dito, no âmbito de um diálogo nacional, que o Governo pretende reduzir a importação no país.
Segundo Pedro dos Reis, é preciso reduzir a importação através de “uma parceria com várias entidades”.
Também o Coordenador do Gabinete de Apoio à Sociedade Civil, Filipe da Costa, alertou para a inexistência de um sistema alimentar autossuficiente no país.
“Ainda temos problemas de recursos naturais e financeiros para investirmos nas áreas da agricultura, do sistema de distribuição e falta sobretudo capacidade de compra”, sublinhou.
Filipe da Costa recordou que cerca de um milhão de toneladas de produtos alimentares importados, ou seja, 37%, são desperdiçados em Timor-Leste. Como tal, é preciso conservar os produtos alimentares para que o país elimine a insegurança alimentar.
“De acordo com os dados, 36% da população vive com insegurança alimentar grave e 25% com alimentação segura, a maioria em Díli. De acordo com os indicadores do Plano Nacional Consolidado para a Nutrição e Segurança Alimentar, 24% da população sofre de má nutrição, 36% de insegurança alimentar e 48% das crianças de nanismo. Prevemos, até 2030, a redução destes valores de 25% para 0%”, afirmou.
Jornalista: Domingos Piedade Freitas
Editora: Maria Auxiliadora