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Projeto CLJ realiza estudos sobre necessidades formativas de jornalistas timorenses

Projeto CLJ realiza estudos sobre necessidades formativas de jornalistas timorenses

O Secretária de Estado para a Comunicação Social, Merício Juvinal dos Reis ‘Akara’, e a coordenadora-adjunta do CLJ, Cláudia Taveira. Imagem Tatoli/Egas Cristovão.

DÍLI, 15 de outubro de 2021 (TATOLI) – O projeto Consultório da Língua para Jornalistas (CLJ) realizou estudos sobre as áreas críticas e dificuldades dos jornalistas timorenses para adequar as formações de Português e Jornalismo às reais necessidades deste público.

“O projeto não quer importar modelos de formação que não adequam a Timor-Leste. As necessidades cá são diferentes. Conduzimos, por isso, estudos exaustivos sobre as dificuldades dos jornalistas timorenses para que a nossa intervenção tenha realmente impacto e possamos ter um jornalismo com mais qualidade”, disse Cláudia Taveira, coordenadora-adjunta do CLJ, à Tatoli, no âmbito da apresentação de boas práticas dos projetos de cooperação na 6.ª edição das Jornadas Pedagógicas da UNTL.

Os formandos do CLJ. Imagem/CLJ.

Na primeira componente, a formação de Português para Jornalistas, a decorrer já desde 2016, o projeto realizou um estudo aprofundado das reais necessidades dos jornalistas a nível linguístico.

Foram estudados os conteúdos informativos na imprensa, rádio e televisão e aplicados testes diagnósticos para detetar o nível linguístico dos jornalistas. Foi ainda levada a cabo uma análise sociolinguística do público-alvo e de um conjunto de notícias para verificar as principais dificuldades na escrita em português, que ditaram os conteúdos dos planos e manuais de formação.

“Nesta primeira fase de implementação do projeto, sentimos uma grande motivação dos jornalistas, que, apesar das exigências profissionais e dos horários pesados de formação, frequentaram assiduamente os cursos de Português”, afirma Cláudia Taveira.

“Todos os estudos indicam que, sem motivação, um adulto não consegue aprender uma língua não materna. A nossa estratégia para motivar os jornalistas passou por dar cursos à medida das suas necessidades”, acrescenta.

Na segunda componente do CLJ, a formação jornalística, que teve início em 2021, está também a decorrer um estudo das necessidades formativas. As duas jornalistas portuguesas que conduzem a investigação estudaram mais de uma centena de notícias produzidas em tétum e em português à luz de mais de 120 critérios.

Aplicaram igualmente questionários aos jornalistas, realizaram entrevistas aos responsáveis dos órgãos de comunicação social e observaram diretamente os procedimentos dos jornalistas em contexto de reportagem.

Está ainda a decorrer formação em áreas detetadas como problemáticas na primeira fase de implementação do projeto – Pensamento Crítico, Lógica e Evidência, Matemática para Jornalistas, Conhecimentos Gerais, Redação e Instituições Nacionais e Internacionais.

Além do estudo das necessidades, o CLJ disponibiliza formação de português em contexto de trabalho, tanto a jornalistas e editores como a revisores linguísticos, dando também enfoque às principais dificuldades destes beneficiários.

O CLJ tem como objetivo geral capacitar os profissionais de comunicação social timorenses para a transmissão de informação fidedigna ao público em língua portuguesa, contribuindo para o aumento da literacia mediática, económico-financeira e jurídica e para o fomento do conhecimento geral da população.

O projeto decorre da cooperação entre o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua e a Secretaria de Estado para a Comunicação Social (SECOMS), sendo atualmente executado pelo Centro de Formação Técnica em Comunicação (CEFTEC).

O público-alvo do CLJ são os jornalistas da imprensa, rádio, televisão e plataformas digitais de órgãos públicos e privados, bem como profissionais ligados à comunicação do Governo – assessores de imprensa, revisores ou tradutores.

Recorde-se que a primeira fase começou em 2016 e terminou em 2020, ano em que o Governo de Timor-Leste e o Camões I.P. renovaram o acordo de parceria para a segunda fase, com uma duração de três anos, entre 2021 e 2023.

O projeto contribuiu, na primeira fase, entre 2016 e 2020, para a revisão linguística de mais de 13 mil notícias e reportagens em língua portuguesa e para a formação de mais de 210 profissionais distribuídos por diferentes níveis de proficiência de português – A1/A2 (níveis básicos), B1, B2 e B2+ (níveis intermédios).

Notícia relevante: Comunicação social timorense com mais e melhor informação em português

Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Maria Auxiliadora

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