DÍLI, 15 de setembro de 2021 (TATOLI) – A bancada do Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) mostra-se preocupada com o que considera de foco de todos os ministérios no combate à covid-19 no país.
“A bancada do CNRT considera que, nos últimos dois anos, quase todos os ministérios do Governo se concentraram apenas nos serviços de saúde para o combate à covid-19, esquecendo-se de outros setores”, criticou a representante do CNRT, a deputada Virgínia Ana Belo, na abertura da 4.ª sessão legislativa, no Parlamento Nacional.
A deputada recordou que o Parlamento Nacional aprovou cerca de 287,6 milhões de dólares americanos para o Fundo Covid-19, mas não conseguiu travar a propagação do novo coronavírus.
“O Executivo usou o cartão de vacinação como requisito para uma livre circulação de modo a encorajar os cidadãos a tomar a vacina. Apesar disso, quando decidiu aplicar o confinamento obrigatório, limitou todos os movimentos do povo, incluindo daqueles com a vacinação completa”, questionou.
A bancada do CNRT lamenta também a decisão do Governo de continuar a autorizar os voos de e para Timor-Leste, “permitindo aos governantes e às suas famílias fazerem viagens para o estrangeiro”.
A bancada defende ainda que, de acordo com as regras da Organização Mundial de Saúde, apesar da vacinação completa, quando entram e saem do país, os cidadãos devem fazer autoquarentena de 14 dias devido ao período da incubação da covid-19, nomeadamente da variante Delta.
“Em Timor-Leste, os governantes e as suas famílias não fazem autoquarentena. Então, as regras são para ser aplicadas no país? Há ou não lógica em confinar e limitar a movimentação do povo para outros municípios, enquanto permitimos que as pessoas entrem e saiam do país? Será que existe transmissão da covid-19 apenas em Timor-Leste e em outros países não?”, questionou.
Jornalista: Evaristo Soares Martins/Tradutora: Isaura Lemos de Deus
Editora: Cancio Ximenes
