DÍLI, 02 de junho de 2021 (TATOLI) – A Autoridade Nacional do Petróleo e Minerais (ANPM) considera que não está a impedir a construção do porto de Tíbar pela empresa Timor Port por não estender a sua licença ambiental.
O Vice-Presidente da ANPM, José Gonçalves, disse que a empresa pedreira China Harbour Timor Limitada não efetua a mitigação do impacto do transporte de pedra para o local de construção do porto de Tíbar.
Gonçalves explicou que 1.8 milhões de toneladas de pedra foram já retiradas de Kaitehu, das quais 1.2 milhões de toneladas foram transportadas para o porto de Tíbar, por via terrestre. As empresas locais transportaram apenas cerca de três toneladas desde o início da sua atividade.
“A empresa com relação administrativa e legal com a ANPM é a China Habour. Só esta pode discutir com a ANPM sobre o licenciamento e os desafios da atividade, sobretudo o transporte de pedra”, afirmou aos jornalistas.
O responsável exigiu à empresa um estudo sobre as condições da estrada entre a pedreira e o local de construção do porto.
O vice-presidente sublinhou que a equipa e comissão da ANPM realizaram uma avaliação aos danos nas estradas. Por isso, é necessário um acordo entre a empresa e a ANPM para a extensão da licença da sua atividade.
“Pedimos à empresa para efetuar uma avaliação adequada sobre a mitigação. Caso não seja feita, será mais difícil a ANPM conceder a extensão da licença ambiental”, acrescentou.
José Gonçalves disse que a associação não tem interesse em impedir qualquer projeto. “Não concordamos com a ideia de que a ANPM seja impedimento do desenvolvimento nacional”, referiu.
Como observado pela TATOLI, a estrada de acesso à pedreira em Kaitehu apresenta grande degradação, numa distância de 50 a 70 metros, em três locais diferentes. Os camiões da empresa retiram mais de seis toneladas do local por dia.
O Diretor Executivo da Timor Port, Rafael Ribeiro, apresentou as suas preocupações no que diz respeito ao impedimento da construção do porto de Tíbar por parte da ANPM. O licenciamento ambiental expirou no mês passado.
“A ANPM impede o nosso trabalho, alegando estragos nas estradas, causados pelo nosso transporte de pedra. A ANPM pede-nos a execução de atividades de mitigação deste impacto. Não estamos satisfeitos, pois a estrada é pública, de acesso a todos”, lamentou.
Recorde-se que a licença ambiental da empresa foi emitida em 2019 e terminou em junho de 2021.
Jornalista: Jesuína Xavier
Editor: Zezito Silva