DÍLI, 12 de abril de 2021 (TATOLI) – O Primeiro-Ministro (PM), Taur Matan Ruak, encontrou-se com os docentes da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL) e pediu a sua análise sobre os danos causados pelas cheias, pois pretende incluí-los no grupo de trabalho técnico criado pelo Governo.
O objetivo é delinear um plano de reconstrução e redesenhar as infraestruturas danificadas pelas inundações de 04 de abril.
Segundo o comunicado, o Chefe do Governo pretende incluir os técnicos timorenses da universidade no grupo de trabalho, o que revela uma confiança do Executivo nos profissionais do país.
“Constitui um teste à capacidade dos engenheiros timorenses para que possam mostrar as suas competências antes de pedirmos auxílio a técnicos internacionais”, refere a nota.
Taur Matan Ruak afirmou ainda que os novos projetos precisam de peritos com capacidade para elaborarem um plano específico e redesenharem as obras no sentido de assegurar o seu bom funcionamento a longo prazo.
Já o representante dos engenheiros da UNTL, Benjamin de Oliveira Hopffer, agradeceu a confiança dada pelo Chefe do Executivo.
“Precisamos de um plano e de um desenho adequado para as infraestruturas de modo a evitar mais danos em caso de futuros desastres naturais”, afirmou.
Recorde-se que o Primeiro-Ministro pretende pedir ao Governo japonês a ajuda dos seus engenheiros no redesenho dos muros de contenção das ribeiras do país de modo a evitar a repetição deste tipo de acontecimento em caso de nova tempestade e mais gastos na manutenção das infraestruturas.
O Representante da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA, em inglês) em Timor-Leste, Goto Ko, disse que o Governo nipónico analisará o pedido do Primeiro-Ministro timorense relativo ao apoio dos engenheiros japoneses para redesenharem os muros de contenção das ribeiras em todo o território.
“No que toca à declaração do Primeiro-Ministro, a JICA ainda não recebeu um pedido oficial do Governo de Timor-Leste e estamos a analisar a possibilidade de cooperação”, revelou recentemente Goto Ko, no Aeroporto Internacional Nicolau Lobato, em Díli.
O pedido do Chefe do Executivo surgiu após as cheias de 04 de abril, que causaram a destruição de diversas infraestruturas e a perda de vidas, por considerar que os muros de contenção não possuem a qualidade necessária.
O Governo timorense estima que os danos provocados pelas inundações no país são de 100 milhões de dólares americanos. As cheias provocaram mais de 40 mortes e 12.378 desalojados – cerca de 4.590 famílias – que se encontram em 43 locais de acolhimento.
Jornalista: Maria Auxiliadora
Editor: Zezito Silva