DÍLI, 26 de janeiro (TATOLI) – A equipa da Secretaria de Estado da Arte Cultura (SEAC) procedeu à vistoria de 108 de um total de 212 casas sagradas das quatro regiões do país para apurar se necessitam de obras de reconstrução e de requalificação.
O Diretor Nacional do Património Cultural da SEAC, Gil Paulino dos Santos Oliveira, disse que a equipa efetuou, entre os dias 09 e 31 de dezembro de 2020, uma vistoria às casas sagradas em todas as regiões do território.
Recorde-se que a região I compreende os municípios de Baucau, Viqueque, Lautém e Manututo, enquanto a região II abrange os municípios de Díli, Aileu, Ainaro e Manufahi. Já a região III fazem parte os municípios de Ermera, Liquiçá, Bobonaro e Covalima. A região IV diz respeito à Região Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno (RAEOA).
Em relação à região I, Gil Paulino referiu que uma equipa inspecionou já 55 casas típicas num total de 88. Quanto à região II, foram inspecionadas 48 casas sagradas num total de 57 casas. Por último, na região III e no enclave de Oé-Cusse foi realizada a vistoria a 21 e duas casas sagradas, respetivamente.
“Faltam ainda verificar 104 casas sagradas, uma vez que estão localizadas em zonas mais remotas. Este atraso deve-se também a situações atmosféricas, aos acessos difíceis e ainda à dificuldade de entrar em contacto [com os donos de casas sagradas]”, afirmou o diretor, na Avenida de Portugal, em Díli.
Questionado sobre o número de casas sagradas ainda por vistoriar, o diretor disse que após apresentar os resultados da primeira inspeção ao Secretário de Estado da Arte e Cultura, Teófilo Caldas, a equipa continuará a efetuar a vistoria das restantes casas durante o segundo e terceiro trimestres deste ano.
A SEAC prevê alocar 200 mil dólares americanos para financiar as obras de reconstrução e de requalificação de todas as casas sagradas.
“Estas verbas são destinadas ao apoio [da reconstrução e de requalificação] das casas sagradas, mas somente aquelas que preenchem os critérios”, afirmou.
O resultado da vistoria às casas sagradas irá ser submetido à equipa de júri que, por sua vez, efetuará a sua avaliação bem como a das propostas apresentadas inicialmente de modo a que as obras de requalificação possam arrancar faseadamente no segundo trimestre deste ano.
Recorde-se que a SEAC registou, nos últimos meses do ano anterior, 212 propostas ligadas a obras de reconstrução e de requalificação de casas sagradas de diferentes municípios do país.
Já o Diretor-Geral da SEAC, Manuel Smith, tinha antes dito que cerca de 20 seriam relativas a casas tradicionais localizadas em Ainaro, Baucau, Bobonaro e Ermera, e Liquiçá, que foram destruídas pelos incêndios ocorridos entre 2019 e 2020.
O responsável explicou de igual modo que, para que seja construída ou requalificada uma casa sagrada, as suas gerações devem comprometer-se a financiar entre 25 e 50% o projeto.
Notícia relevante: SEAC com 212 propostas para reconstrução e requalificação de casas tradicionais
Jornalista: Maria Auxiliadora
Editor: Zezito Silva