DÍLI, 23 de julho de 2020 (TATOLI) – A porta-voz da Resistência Nacional de Defesa da Justiça e Constituição de Timor-Leste (RNDJC), Ângela Freitas, revelou hoje que este grupo se reuniu com o Nobel da Paz, José Ramos Horta.
“Hoje reuni-me com o Nobel da Paz, José Ramos Horta. A sua presença é importante para defender a justiça e a Constituição da RDTL”, disse Ângela Freitas, aos jornalistas, em Díli.
Segundo a porta-voz do grupo, a presença de Ramos Horta na reunião teve como objetivo “proteger o povo e dizer não à violação da Constituição por parte dos órgãos de soberania”.
“A presença de Ramos Horta é pertinente para o povo de Timor-Leste. A RNDJC quer proteger os direitos políticos, sociais, económicos e culturais dos cidadãos”, reiterou.
De acordo com Ângela Freitas, a RNDJC pretende enviar brevemente uma petição ao Presidente da República a pedir a sua demissão por considerar que não respeita a Constituição.
Para o grupo, um exemplo de desrespeito de Lú Olo pela Constituição é a alínea f) do artigo 86.º, que prevê a dissolução do Parlamento Nacional “em caso de grave crise institucional e que não permita a formação de um governo ou a aprovação do Orçamento Geral do Estado por um período superior a sessenta dias”.
A porta-voz da RNDJC referiu também que o grupo já recolheu, em todos os municípios, 75% das assinaturas necessárias para a petição.
“Pensamos que cerca de 100 mil de pessoas se manifestarão no Palácio Presidencial, mas primeiramente será apresentada a petição para se dar conhecimento ao Chefe de Estado”, referiu.
Também José Ramos Horta defendeu ser necessário analisar a constitucionalidade dos atos do Presidente timorense, Parlamento Nacional e Governo.
“O problema começou quando o Presidente da República não deu posse aos membros indigitados do VIII Governo Constitucional”, sustentou.
Para Horta, os líderes cometeram erros que mancharam o nome de Timor-Leste no mundo. O Nobel da Paz não quis, contudo, pronunciar-se quanto à petição.
“Eu não posso comentar a petição que pede a resignação do Presidente da República, mas vou estudá-la e decidir”, disse.
“Não assino nenhum documento de olhos fechados. Vou estudar com rigor, palavra por palavra e linha por linha, para, depois, decidir”, concluiu.
Jornalista : Zezito Silva
Editora : Maria Auxiliadora