Austrália, 08 de abril de 2020 (TATOLI) – O Governo australiano anunciou que os trabalhadores dos programas sazonais que já estão na Austrália poderão estender a sua estadia até 12 meses.
O Ministro da Agricultura australiano, David Littleproud, afirmou que as mudanças afetam atualmente cerca de 2.17 milhões de pessoas no país com vistos temporários, entre eles mais de sete mil trabalhadores do programa sazonal (SWP).
O governante disse também que a decisão “pragmática” reflete a importância dos trabalhadores estrangeiros para a indústria do país.
“O que estamos a dizer aos portadores de visto é que, se se prepararem para ficar no país e nos ajudarem a superar o coronavírus, estenderemos os seus vistos”, afirmou.
Os trabalhadores sazonais podem estender os seus vistos até 12 meses, apesar de o limite inicial das empresas ser de seis. O Governo australiano cancelou, assim, este prazo e permite a extensão do visto até 12 meses, desde que os trabalhadores aceitem entrar em quarentena, quando se mudam para outros distritos.
Se os trabalhadores passarem por dificuldades financeiras, também poderão ter acesso a um subsídio, apenas disponível quando saem do país.
Os dirigentes da indústria local realizaram discussões com o Governo, onde abordaram preocupações como a redução do número de trabalhadores sazonais e backpackers, nomeadamente num momento em que o Executivo tinha aplicado regras para restringir a entrada de estrangeiros no país, algo com implicações para algumas empresas com poucos trabalhadores.
“É uma situação crítica para a nossa segurança alimentar e o nosso país. Ainda continuamos com o mercado aberto a exportações”, afirmou Littleproud.
A presidente da Federação Nacional dos Agricultores, Fiona Simpson, considera que a decisão dá alguma estabilidade a muitas empresas com poucos trabalhadores.
“O setor agrícola depende de uma combinação entre trabalhadores locais e estrangeiros, que trabalham na colheita de fruta, legumes e legumes embalados e prontos a consumir pelos australianos. Sem a presença dos trabalhadores internacionais, muitos agricultores seriam forçados a deixar os produtos a apodrecer”, disse Fiona Simpson no comunicado.
Já a Secretaria de Estado da Formação Profissional e Emprego (SEFOPE) timorense suspendeu no mês passado, aquando do anúncio das restrições à entrada de estrangeiros, o recrutamento de trabalhadores para a Coreia do Sul e a Austrália.
A Embaixadora de Timor-Leste na Austrália, Inês Maria de Almeida, elogia, por sua vez, a decisão de o Governo australiano permitir aos trabalhadores timorenses prolongarem a sua estadia no país.
A diplomata considera esta uma boa medida para os 1.200 trabalhadores timorenses atualmente na Austrália.
“A embaixada aprecia muito o mecanismo do Governo [australiano]”, disse à TATOLI.
Jornalista: Robert Baird