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Mais de 50 estudantes timorenses chegam ao país vindos da Indonésia

Mais de 50 estudantes timorenses chegam ao país vindos da Indonésia

Estudantes timorenses chegam ao país vindos da Indonésia. Imagem/Eugenio Pereira.

BATUGADÉ, 05 de abril de 2020 (TATOLI) – Cinquenta e oito estudantes timorenses da Indonésia chegaram hoje a Timor-Leste, através da fronteira de Mota-Ain, em Maliana, apesar de o posto estar encerrado, na sequência da circular do Governo que impôs, durante o estado de emergência, a abertura das fronteiras terrestres apenas às quartas-feiras, entre as 10h00 e as 12h00.

As autoridades de segurança e de defesa timorenses foram, apesar disso, obrigadas a abrir o portão, pois, segundo o Cônsul de Timor-Leste em Kupang, Jesuíno dos Reis Matos, e o seu homólogo em Atambua, João Simão Sousa, que acompanharam os jovens, era impossível aguardarem até à próxima quarta-feira.

De acordo com as informações a que os jornalistas tiveram acesso, os estudantes tinham-se concentrado, no sábado (04/04), no edifício do Consulado timorense em Atambua, juntando-se, depois, o cônsul de Kupang, para se coordenarem com as autoridades de Atambua e permitirem a sua deslocação para a fronteira de Mota-Ain, em Bobonaro.

Ao chegarem, porém, à fronteira, esta encontrava-se fechada e a equipa não foi inicialmente autorizada pelas autoridades timorenses a entrar, o que originou várias apupos por parte dos estudantes contra a decisão do Governo de os obrigar a aguardar até à próxima quarta-feira.

Respondendo à questão, Jesuíno dos Reis Matos defendeu junto dos agentes de segurança que estes estudantes deviam ser autorizados a entrar de imediato em território timorense, uma vez que as autoridades locais e comunidade de Atambua, sobretudo em Mota-Ain, na Indonésia, rejeitaram a estadia destes jovens nos hotéis da zona.

“Deixando os nossos estudantes aqui [em Atambua], ficamos sem soluções, pois as autoridades de Atambua não aceitaram que fossem alojados nos hotéis da zona e os consulados não dispõem, desde ontem, de um lugar adequado para os acolherem. Estivemos a procurar meios para nos coordenarmos com as autoridades de imigração indonésias de modo a os deixarem passar. E por que é que, depois de chegarem à nossa terra, eles não podem entrar?”, questionou o cônsul.

Já Beatriz Marques, estudante do Instituto de Tecnologia de Surabaya, disse terem decidido regressar à sua terra natal para se protegerem da propagação do coronavírus, cujo número de mortos e infetados está a aumentar na Indonésia.

“Enquanto cidadãos, temos o direito de regressar a Timor-Leste. Se o Governo nos continuar a recusar [a entrada], estamos também prontos a fazer protestos e ficar aqui de pé até que o portão seja aberto, pois não estamos contagiados, mas queremos proteger-nos desta doença, pelo que decidimos regressar”, defendeu.

Os cônsules e estudantes timorenses tiveram de ficar cerca de 30 minutos ao sol, enquanto o Comandante da Unidade de Patrulhamento de Fronteiras, o Superintendente João Belo dos Reis, contactava o Comandante-Geral da Polícia Nacional de Timor-Leste, o Comissário Faustino da Costa, o Procurador-Geral da República, José Ximenes, e o Ministro do Interior em exercício, Filomeno da Paixão, para procurarem soluções.

“Meus irmãos, mantenham-se calmos. Já falei com os nossos líderes para pôr fim a este assunto. Vocês, enquanto timorenses, têm o direito de entrar no nosso país”, referiu.

Os estudantes foram depois autorizados pelas autoridades de imigração timorenses, após uma discussão entre Filomeno da Paixão e Jesuíno dos Reis, que contactou posteriormente o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.

Ao entrarem no país, os estudantes cumpriram as medidas de prevenção do COVID-19, nomeadamente as do distanciamento social e da lavagem das mãos, e foram sujeitos à medição da temperatura.

Os jovens encontram-se atualmente no centro de quarentena provisório de Batugadé, sendo depois transportados para Díli de modo a ficarem em quarentena em centros preparados pelo Governo.

Jornalista: Eugénio Pereira

Editor: Francisco Simões

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