DÍLI, 27 de setembro de 2022 (TATOLI) – O Presidente da Comissão G que trata dos assuntos da Educação, Juventude e Cidadania, António Verdial, retransmitiu a informação do Adido da Educação em Jacarta, Adérito Manuel Alves Guterres, a respeito das preocupações dos estudantes timorenses na Indonésia e a vontade de estas serem resolvidas com a colaboração do Governo timorense.
“O adido da educação deu a conhecer que as maiores dificuldades que os estudantes timorenses encontram são dificuldades em tratar dos vistos de estudante, nomeadamente o preço, que é alto e irregular e a autorização no acesso a residências”, disse o deputado, no Parlamento Nacional (PN).
Segundo o deputado, não tem havido apoio por parte da embaixada de Timor-Leste em Jacarta para tratar das autorizações da residência e dos vistos de estudante nem para um orçamento que custeasse o acesso à internet, durante o período da pandemia.
“Outras questões são a dificuldade nas línguas usadas no ensino e problemas em regressar para Timor-Leste para renovar o passaporte. Os estudantes que estão na Indonésia estão por sua própria conta e não usufruem de qualquer apoio do Ministério do Ensino Superior Ciências e Cultura”, lamentou António Verdial.
“Os deputados da Comissão G, apoiaram os estudantes, com votos de coragem, face às dificuldades que aqueles encontram e pediram-lhes que não desistam dos seus estudos porque eles são o futuro de nação”, argumentou.
António Verdial, face ao Adido da educação, comprometeu-se a retransmitir estas preocupações ao Ministério do Ensino Superior Ciências e Cultura e ao Ministério da Justiça para que estes tomem as decisões que mitiguem ou resolvam as dificuldades expostas durante a reunião.
O deputado adiantou que, até agora, o Gabinete do Adido da Educação não tem dados sobre o total dos timorenses que estudam atualmente na Indonésia, mas que, no ano 2020 a 2021, eram 1.714 estudantes. Tais dados foram fornecidos segundo o adido, pelo DIKTI (Dikti Pendidikan Tinggi).
As universidades que celebraram o acordo com o Ministério da Educação, Juventude e Desporto são as seguintes: Brawijaya em Malang, Udayana em Bali, Gajah Mada em Yogyakarta, Patimura em Ambom, Presidente University, Sekolah Tingkat Tingi Perikanan em Jacarta, entre outras.
Por outro lado, universidades indonésias ofereceram bolsas a estudantes timorenses: 50 da universidade Católica Atmajaya, 20 a alunos da Presidente University, 10 da Mercu Buana 14 da Negeri Gorontalo e 10 da Sekolah Menengah Kejuruan (SMK).
Recorde-se que a comissão G realizou, entre 20 e 22 de julho, uma visita a Jacarta para recolher informações relativas aos problemas sentidos pelos estudantes timorenses durante o período da pandemia.
Preocupações dos estudantes timorenses da President University em Jacarta transmitidas a deputados em visita
Estudantes timorenses da President University, da Indonésia, reuniram-se com António Verdial. Nela, exprimiram as suas preocupações e pediram ao Governo que esteja atento à sua situação e que resolva os seus problemas.
António Verdial, em sessão plenária no Parlamento Nacional, resumiu aquele encontro: “A reunião iniciou-se com a apresentação dos alunos, na qual estes aproveitaram a oportunidade para exporem as dificuldades que encontram durante os seus estudos tais como a renovação de visto dos estudantes, bem como o valor elevado dos mesmos”.
O deputado, a respeito dos vistos, especificou que “os vistos dos estudantes são tratados pela Universidade, mas o período de vigência é curto e cada renovação custa mil dólares americanos”.
O deputado salientou ainda que outra preocupação reside no facto de os estudantes não receberam os subsídios, tal como consta no contrato que assinaram.
Uma outra preocupação relevante relaciona-se com a média para entrar na universidade. Esta é elevada, e isso futuramente pode dificultar o acesso a estudantes timorenses que queiram estudar na University President.
António Verdial acrescentou o propósito da visita dos deputados à universidade indonésia foi ouvir, em primeira mão, as dificuldades que os alunos encontram durante nos seus estudos.
O deputado recordou ainda que o Governo timorense, através do MEJD, tem celebrado memorandos de entendimento com a Universidade desde 2014.
“A Comissão G registou todas as preocupações e dificuldades encontradas pelos estudantes pelo que, assim que regressar a Timor-Leste, vai retransmiti-las ao Ministério Ensino Superior Ciências e Cultura de modo a procurarem-se soluções para resolver as dificuldades que os estudantes encontram”, referiu.
Jornalista: Domingos Piedade Freitas
Editora: Maria Auxiliadora
