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Património audiovisual de Timor-Leste em risco de se perder por falta de recursos

Património audiovisual de Timor-Leste em risco de se perder por falta de recursos

Representantes de várias entidades participaram no seminário nacional Salvaguarda do Património Audiovisual com Tecnologia Moderna, organizado pelo Centro Audiovisual Max Stahl Timor-Leste (CAMSTL) em parceria com a Secretaria de Estado da Comunicação Social (SECOMS), no Arquivo e Museu da Resistência Timorense. Foto da Tatoli/António Daciparu

DÍLI, 18 de setembro de 2025 (TATOLI) – O património audiovisual de Timor-Leste, que reúne registos históricos e identitários do país, enfrenta sérios riscos de deterioração devido à falta de recursos financeiros, equipamentos modernos e técnicos especializados. O alerta foi feito durante o seminário nacional Salvaguarda do Património Audiovisual com Tecnologia Moderna, organizado pelo Centro Audiovisual Max Stahl Timor-Leste (CAMSTL) em parceria com a Secretaria de Estado da Comunicação Social (SECOMS), no Arquivo e Museu da Resistência Timorense.

Parte do acervo, incluindo as filmagens de Max Stahl sobre o Massacre de Santa Cruz — reconhecidas pela UNESCO em 2013 como parte da Memória do Mundo — já sofreu danos nas inundações de 2021. Além disso, muitos equipamentos utilizados na preservação têm mais de 20 anos, tornando impossível a leitura adequada de vários registos.

O Presidente da República, José Ramos-Horta, alertou para a gravidade da situação e apelou ao reforço de recursos financeiros e tecnológicos. “Sem investimento, corremos o risco de perder esta memória coletiva. Precisamos também de valorizar a profissão de arquivista e formar jovens nesta área, enviando-os para especialização no estrangeiro.”

O Diretor-Executivo do CAMSTL, Eudicito Pinto, destacou a urgência da digitalização. “As fitas magnéticas, filmes e formatos digitais antigos são frágeis e podem desaparecer para sempre. Só com tecnologia moderna poderemos garantir a preservação e o acesso global à nossa história.”

Também o Diretor do Arquivo Nacional, Boaventura da Silva, lembrou que a preservação documental requer profissionais qualificados e cooperação internacional. “Precisamos de continuar a formar técnicos e a trabalhar com parceiros para proteger os arquivos históricos e torná-los acessíveis às futuras gerações.”

O seminário terminou com um apelo conjunto para que o Governo e as instituições nacionais reforcem o investimento nesta área, de modo a garantir que a memória coletiva e a identidade de Timor-Leste sejam preservadas.

Notícia relacionada: Discutida digitalização do acervo do CNC

Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Isaura Lemos de Deus

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