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Timor-Leste apela ao reforço do financiamento da ONU e destaca desafios dos Países Menos Desenvolvidos

Timor-Leste apela ao reforço do financiamento da ONU e destaca desafios dos Países Menos Desenvolvidos

O Representante da Missão Permanente de Timor-Leste junto da ONU, Dionísio Babo. Foto da Embaixada de Timor-Leste em Nova Iorque

DÍLI, 14 de novembro de 2025 (TATOLI) – O Representante da Missão Permanente de Timor-Leste junto da Organização das Nações Unidas (ONU), Dionísio Babo, sublinhou a necessidade de se reforçar o compromisso global com o desenvolvimento sustentável, num contexto internacional cada vez mais complexo.

A declaração foi proferida no âmbito da apresentação do Relatório do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC, em inglês) para 2025, que decorreu, ontem, em Nova Iorque.

O diplomata aproveitou ainda a ocasião para saudar, em nome de Timor-Leste, a liderança do Presidente cessante do ECOSOC, o Embaixador canadiano Bob Rae, e felicitou o novo dirigente do órgão, o representante permanente do Nepal, Lok Bahadur Thapa.

Dionísio Babo alertou para a difícil situação financeira das Nações Unidas, lembrando que, apesar de 142 Estados-Membros, incluindo Timor-Leste, já terem pagado integralmente as suas contribuições obrigatórias até outubro, os atrasos persistentes continuam a comprometer o funcionamento da Organização.

“As Nações Unidas entraram em 2025 enfrentando uma grave falta de liquidez, com défices estimados em centenas de milhões de dólares americanos, obrigando o Secretariado a implementar medidas de austeridade e a propor uma redução de 15% no orçamento regular de 2026 — de aproximadamente 3,7 mil milhões em 2025 para cerca de 3,2 mil milhões”, referiu o diplomata no seu discurso a que a Tatoli teve hoje acesso.

Segundo o Embaixador, estes constrangimentos limitam não apenas as operações do ECOSOC, mas também a capacidade global da ONU em áreas como a manutenção da paz, a assistência humanitária e a coordenação do desenvolvimento sustentável.

O Governo timorense apelou, por isso, ao cumprimento atempado e integral das contribuições devidas, sublinhando que o financiamento fiável “não é um gesto de generosidade, mas sim a base da confiança multilateral”.

Enquanto País Menos Desenvolvido, Timor-Leste acolheu positivamente o Relatório de 2025 do Comité de Política de Desenvolvimento, que defende um quadro mais robusto para a graduação dos Least Developed Countries (LDC) e um acompanhamento reforçado dos países em transição.

O país reconheceu os avanços registados por Estados como o Butão e São Tomé e Príncipe, mas reiterou que as crises globais, a instabilidade dos mercados, o sobre-endividamento e as alterações climáticas continuam a agravar a vulnerabilidade dos LDC.

Timor-Leste afirmou estar a avançar rumo à graduação através de investimentos no capital humano, na redução da pobreza e na educação, embora persistam desafios significativos na diversificação económica, na segurança alimentar e na resiliência climática.

Recordou que a Contribuição Nacionalmente Determinada 2022–2030 e o futuro Quadro de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável 2026–2030 definem a ambição nacional de construir uma economia diversificada, de baixo carbono e assente em agricultura sustentável, energias renováveis e crescimento inclusivo.

O Executivo timorense destacou ainda os progressos nas negociações para a criação de uma Convenção-Quadro da ONU sobre Cooperação Fiscal Internacional, considerando-a um passo essencial para uma arquitetura fiscal global mais justa e para a mobilização de recursos internos nos países em desenvolvimento.

À medida que se aproxima a revisão de meio termo do Programa de Ação de Doha para os Países Menos Desenvolvidos, Timor-Leste apelou ao ECOSOC para que promova “uma abordagem capaz de transformar vulnerabilidade em resiliência”.

O país reiterou ainda o seu compromisso com o multilateralismo e com o objetivo comum de que “ninguém fique para trás”.

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 Equipa da Tatoli

 

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