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Tais de Viqueque será destaque do pavilhão de Timor-Leste na Bienal de Veneza

Tais de Viqueque será destaque do pavilhão de Timor-Leste na Bienal de Veneza

O Governo promoveu, esta quarta-feira, a Exposição Gráfica do Tais Tradicional. Foto da SEAC

DÍLI, 12 de novembro de 2025 (TATOLI) – O Governo promoveu, esta quarta-feira, a Exposição Gráfica do Tais Tradicional, numa cerimónia que incluiu a entrega do Tais Don, da autoria de Dona Verónica Pereira Maia, que representará Timor-Leste na Bienal de Veneza de 2026, em Itália. O Tais Don é um tecido tradicional típico de Viqueque.

O evento foi organizado pelo Ministério da Juventude, Desporto, Arte e Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado da Arte e Cultura (SEAC), e contou com a presença da curadora da Bienal de Veneza 2026, Loredana Pazzini-Paraciani.

Dona Verónica Pereira Maia, de 95 anos, natural de Covalima, é uma artista que dedicou a sua vida à arte do Tais. Refugiou-se em Portugal em 1975 e mudou-se para a Austrália em 1985, onde permanece até hoje. Dona Verónica tem utilizado os Tais para preservar a memória e homenagear as vítimas da ocupação indonésia e do Massacre de Santa Cruz.

Reconhecida pelo Governo timorense, é considerada mestra e guardiã do património cultural do país, “inspirando as novas gerações a valorizar e proteger a sua identidade cultural”.

Durante a sua estada em Portugal, a tecelã restaurou também doze Tais típicos de diferentes municípios timorenses, sendo um deles o Tais Don.

Segundo o Ministro da tutela, Nelyo Isaac Sarmento, o Tais Don possui estatuto e regras próprias de uso, sendo reservado a ocasiões específicas. “Recebemo-lo hoje oficialmente e vamos assegurar a sua preservação”, afirmou o governante, na Praia dos Coqueiros, em Díli.

O ministro sublinhou que a curadora da exposição da Bienal de Veneza 2026 está a realizar estudos sobre a melhor forma de valorizar esta peça, de modo a apresentá-la como um produto cultural de Timor-Leste na Bienal.

“Muitos países desenvolvidos tentam participar na Bienal de Veneza, mas enfrentam dificuldades. Timor-Leste, com o esforço de pessoas dedicadas e com o apoio do Governo, conseguiu levar os seus artistas a este evento internacional”, afirmou.

“Esperamos que, com a nossa participação, não se trate apenas de ganhar prémios, mas de dar a conhecer Timor-Leste ao mundo como um país multicultural”, sublinhou.

Por sua vez, o Presidente do Comité 12 de Novembro, Gregório Saldanha, agradeceu à Dona Verónica, que depois do Massacre de Santa Cruz produziu cinco Tais com nomes de jovens que perderam a vida naquele momento, em homenagem às vítimas. Cada cor e fio escolhido “simbolizava dor, sangue e esperança”.

“Estes Tais não representam apenas a nossa identidade cultural, mas transmitem também a realidade da luta e do sofrimento da nossa juventude”, destacou.

O responsável apelou ainda à SEAC para preservar os documentos e a identidade culturais relacionados com os mártires que lutaram pela libertação da pátria.

Na mesma linha, Loredana Pazzini-Paracciani afirmou que o pavilhão timorense é uma forma de definir a identidade de Timor-Leste na Bienal. “A obra de Dona Verónica foi criada em 1996. Tive a sorte de a descobrir durante a minha investigação, em julho”, referiu.

“Podemos observar uma imagem única. Trata-se de uma publicidade singular feita por uma mulher, com letras e tecidos que seguem padrões e formas orgânicas”, concluiu Pazzini-Paracciani.

É de lembrar que a Bienal de Veneza é um dos eventos de arte mais importante e prestigiado do mundo. Foi criada em 1895 e reúne exposições, performances e mostras de artistas contemporâneos de vários países.

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Jornalista: Osória Marques/Tradução: Equipa da Tatoli

Editor: Xisto Freitas da Piedade

 

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