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Legado histórico do Massacre de Santa Cruz destacado em seminário

Legado histórico do Massacre de Santa Cruz destacado em seminário

O Centro Audiovisual Max Stahl Timor-Leste (CAMS-TL) organizou hoje um seminário, sob o tema Santa Cruz 1991: Ferida antiga, Espírito novo. Foto da Tatoli/Francisco Sony

DÍLI, 10 de novembro de 2025 (TATOLI) – O Massacre de Santa Cruz, ocorrido a 12 de novembro de 1991, continua a ser um dos marcos “mais dolorosos” e decisivos da luta pela independência do país.

Para homenagear os mártires, recordar o sacrifício das vítimas e refletir sobre o legado histórico do acontecimento, o Centro Audiovisual Max Stahl Timor-Leste (CAMS-TL) organizou hoje um seminário, sob o tema Santa Cruz 1991: Ferida antiga, Espírito novo.

Realizado no salão de Laline Lariguto da Comissão Nacional de Eleições, em Colmera, Díli, o evento assinalou o 34.º aniversário do Massacre de Santa Cruz e contou com a participação de três oradores: o Chefe da Direção de História Militar das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste, Coronel Benedito Dias Quintas ‘Punu Fanu’; um sobrevivente do massacre Francisco Fernandes ‘Maukura’ e a ativista Amandina da Silva.

O Diretor-Executivo do CAMS-TL, Eudicito Pinto, sublinhou que a iniciativa visou recordar a luta do povo timorense e inspirar os jovens a valorizar o passado como parte essencial da identidade nacional.

“Não podemos esquecer os mártires do Massacre de Santa Cruz. Por isso, criamos este espaço para que a juventude possa conhecer e compreender melhor a nossa história”, afirmou o responsável.

O dirigente destacou ainda que muitos jovens desconhecem os sacrifícios enfrentados durante os 24 anos de resistência, pelo que o seminário de hoje teve também a finalidade de aproximar os jovens daqueles que se envolveram diretamente na luta, incentivando a reflexão sobre os valores de coragem e solidariedade que sustentaram a luta.

Massacre de Santa Cruz é uma ferida permanente

Intervindo no evento, o Coronel Benedito Dias Quintas descreveu o Massacre de Santa Cruz como uma “ferida permanente” que, apesar da dor, deve servir como símbolo de resiliência e força coletiva.

“O Massacre de Santa Cruz continuará a ser uma ferida viva, uma dor antiga que jamais esqueceremos. Mas é também um exemplo da nossa capacidade de nos reerguermos mesmo após a tragédia”, declarou.

O responsável militar destacou que a principal lição do massacre é a capacidade de transformar o sofrimento em força e determinação.

“O passado deve servir para refletirmos e aprendermos, não apenas para o honrarmos, mas para que possamos construir soluções e planos para o futuro. A história deve ensinar-nos a não repetir os mesmos erros e a fortalecer a nossa unidade nacional”, disse.

 

Benedito Quintas destacou ainda que os valores demonstrados pelos jovens que marcharam em 1991 — coragem, solidariedade e entrega total à causa nacional — são um exemplo intemporal para a juventude atual, que enfrenta novos desafios.

“Aqueles jovens enfrentaram a opressão com coragem, deram a vida pela liberdade sem esperar recompensas. O seu espírito de sacrifício é uma lição para a juventude de hoje, que enfrenta novos desafios. Agora lutamos através da educação, do desenvolvimento e da inovação, para enfrentar as crises globais, as mudanças climáticas e as transformações sociais”, afirmou.

A libertação plena do povo continua a ser um grande desafio

Por sua vez, o Diretor de Apoio do Gabinete de Apoio à Sociedade Civil, Joaquim Freitas, considera o tema do seminário particularmente relevante, sublinhando que a geração atual deve refletir sobre as lições do passado para fortalecer o futuro.

“Alguns ainda carregam feridas antigas, mas o espírito novo deve ajudar-nos a refletir e a avançar. A geração atual precisa caminhar com esse espírito renovado para dar continuidade ao processo iniciado pelos nossos antepassados”, afirmou.

Segundo o dirigente, a libertação nacional foi alcançada em 2002, mas a libertação plena do povo timorense — em termos de justiça social, educação e bem-estar — continua a ser um grande desafio.

“A independência da pátria foi conquistada, mas a libertação do povo é um processo contínuo. A verdadeira liberdade exige consciência, solidariedade e participação ativa de todos”, reforçou.

Joaquim Freitas defendeu ainda que o patriotismo e o desenvolvimento humano devem caminhar lado a lado para garantir o progresso nacional.

“A melhor homenagem à geração de Santa Cruz é continuar a luta com dedicação, com responsabilidade e com sentido de serviço à nação”, concluiu.

Notícia relevante: Exposição do CAMSTL homenageia mártires do Massacre de Santa Cruz

Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Isaura Lemos de Deus

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