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António Guterres apela a ação urgente para limitar danos do aquecimento global

António Guterres apela a ação urgente para limitar danos do aquecimento global

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres. Foto da Tatoli/Francisco Sony

DÍLI, 10 de novembro de 2026 (TATOLI) – O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou, esta segunda-feira, durante a 30.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), em Belém, Brasil, a uma ação urgente e coordenada para manter vivo o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C. O evento decorre entre 10 e 21 deste mês.

Intervindo no painel sobre o tema 10 Anos do Acordo de Paris: NDCs e Financiamento, António Guterres alertou que, apesar dos progressos registados, o mundo continua “muito aquém do necessário” para travar a crise climática.

O Secretário-Geral recordou, num documento da ONU a que a Tatoli teve acesso, que, desde a adoção do Acordo de Paris, as Contribuições Determinadas a Nível Nacional (NDC, em inglês) têm servido de referência para medir a ambição climática dos países. No entanto, apesar de algumas melhorias, os compromissos atuais não são suficientes para evitar o agravamento do aquecimento global.

Segundo Guterres, a ciência confirma que ainda é possível limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C até ao final do século, mas um excedente temporário acima desse valor, já no início da década de 2030, é “inevitável”.

Ainda assim, sublinhou que a escala e a duração desse excesso podem ser controladas se houver uma ação imediata. Para isso, defendeu cortes profundos nas emissões — 60% até 2035 — quando as NDC atualizadas apontam apenas para uma redução de 10%.

Guterres apelou a um “plano de aceleração” que permita colmatar o défice de ambição e de implementação, começando com a apresentação, sem atrasos, das novas NDC por todos os países. Sublinhou também a importância de garantir condições adequadas para que os Estados — sobretudo os em desenvolvimento — possam cumprir e ultrapassar os seus compromissos, incluindo acesso a tecnologias e políticas comerciais que promovam economias justas e sustentáveis.

O líder da ONU destacou ainda a necessidade de integrar todos os setores na transição energética, aproveitando a “revolução das energias renováveis”, construindo redes elétricas modernas, ampliando o armazenamento de energia, aumentando a eficiência energética e reduzindo dependência dos combustíveis fósseis, bem como as emissões de metano e a desflorestação.

Guterres anunciou que pediu ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento que apresente um plano de apoio aos países na implementação dos novos compromissos climáticos.

Um dos pontos centrais da intervenção foi o apelo ao reforço urgente do financiamento climático, tanto para mitigação como para adaptação. Para manter viva a meta dos 1,5°C e garantir acesso universal à energia, afirmou ser necessário que o investimento anual em energia limpa nos países em desenvolvimento — excluindo a China — aumente mais de cinco vezes até 2030.

Alertou ainda que os países em desenvolvimento não conseguirão alcançar estes objetivos sem apoio adicional. Reforçou, por isso, que os 300 mil milhões de dólares prometidos até 2035 devem ser totalmente mobilizados e que o “Roteiro de Baku a Belém”, que prevê 1,3 mil milhões em financiamento climático até essa data, deve criar confiança na previsibilidade e escala dos fluxos financeiros.

Guterres reiterou a necessidade de os bancos multilaterais de desenvolvimento serem “maiores, mais audazes e mais capazes” de mobilizar investimento privado a custos acessíveis, e defendeu a criação de instrumentos financeiros inovadores, como trocas de dívida por ação climática, mecanismos de partilha de riscos e o Fundo Floresta Tropical para Sempre, além do papel dos mercados de carbono.

O Secretário-Geral voltou a insistir na reforma da arquitetura financeira global, para que esta reflita as necessidades dos países em desenvolvimento e os desafios do século XXI.

“Na COP30, renovemos a grande promessa que o mundo fez há uma década em Paris, dando início a uma nova década de implementação e aceleração. Vamos mais longe e mais rápido juntos”, concluiu.

Notícia relacionada:Alterações Climáticas e Pequenos Estados Insulares : um Apelo Urgente para Ações Transformadoras

Equipa Tatoli

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