DÍLI, 4 de novembro de 2025 (TATOLI) – Está a decorrer até ao dia 06, no Hotel Timor, em Díli, o Seminário Compreensão e Implementação dos Compromissos de Timor-Leste na Comunidade Económica do Sudeste Asiático, sob o tema Para Além da Adesão: Forjar o Roteiro Nacional de Implementação da AEC 2026-2030.
A iniciativa foi organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, com o apoio da Parceria para a Prosperidade Inclusiva (PROSIVU), do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), da União Europeia (UE) e do Instituto de Investigação Económica para a ASEAN e Leste Asiático (ERIA).
O objetivo do evento é reforçar a capacidade nacional relativamente ao cumprimento dos compromissos económicos assumidos após a adesão plena de Timor-Leste à Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), formalizada a 26 de outubro.
Segundo a Vice-Ministra para os Assuntos da ASEAN, Milena Rangel, com o seminário procura-se o aprofundamento do conhecimento sobre os mecanismos económicos da região e a identificação de medidas práticas que permitam ao país fortalecer a sua participação no comércio, no investimento e na integração económica regional.
Durante três dias, o evento vai reunir representantes de vários ministérios, do setor privado, do ensino superior e da juventude, além de especialistas de países-Membros como o Camboja, o Laos e o Vietname.
A governante destacou a importância do encontro como um ponto de viragem na transição de Timor-Leste de membro aderente para um membro ativo.
“Este seminário tem como propósito rever e compreender melhor os compromissos pós-adesão, especialmente os que fazem parte da Comunidade Económica da ASEAN. É essencial que todas as instituições timorenses envolvidas conheçam a fundo os acordos assinados, para que possamos transformar esses compromissos em ações concretas”, afirmou.
Milena Rangel recordou que o Executivo timorense já elaborou o Roteiro Nacional de Implementação da AEC 2026-2030, aprovado em Conselho de Ministros, o qual estabelece as prioridades e metas para os próximos cinco anos. “O plano foca-se no fortalecimento das pequenas e médias empresas, na promoção do investimento e na integração económica sustentável, de forma a garantir benefícios concretos para a população”, frisou.
A vice-ministra realçou ainda que a fase pós-adesão exige um esforço conjunto entre ministérios e parceiros internacionais, salientando que o apoio técnico da Austrália, da UE, do BAD e do ERIA será essencial para reforçar a capacidade institucional e assegurar que Timor-Leste cumpra eficazmente os compromissos assumidos no seio da ASEAN.
Por sua vez, o Diretor-Executivo do Fórum das Organizações Não-Governamentais de Timor-Leste, Valentim Pinto, considera o seminário uma oportunidade crucial para o país desenhar políticas baseadas na sua realidade económica e social.
“Agora que somos membros plenos da ASEAN, temos de olhar para os desafios de forma pragmática. É importante que Timor-Leste elabore planos de ação realistas, ajustados às nossas capacidades e aos nossos recursos, mas também ambiciosos o suficiente para nos colocar em posição de competir e cooperar na região”, afirmou.
Segundo Valentim Pinto, a adesão à ASEAN deve ser acompanhada de políticas públicas consistentes e de um ambiente económico mais competitivo. Defendeu que é necessário reforçar o enquadramento legal e institucional, apoiar as pequenas e médias empresas e garantir que o setor privado esteja preparado para competir no mercado regional.
O dirigente acrescentou que o envolvimento da sociedade civil é fundamental para garantir uma integração inclusiva, defendendo que a adesão à ASEAN deve ser vista como um processo coletivo, no qual o Executivo, as organizações da sociedade civil e o setor privado trabalhem juntos para assegurar que os benefícios da integração cheguem a todos os timorenses.
Notícia relevante: Xanana: Timor-Leste inicia nova fase com entrada oficial na ASEAN
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus
