DÍLI, 06 de março de 2024 (TATOLI) – “As condições de seca, os preços elevados dos alimentos, os deslizamentos de terras e as inundações causadas por chuvas intensas estão a empurrar 360 mil pessoas, de um total de 1,4 milhões, para uma situação de insegurança alimentar aguda”. A afirmação consta de um relatório do Ministério da Agricultura e Pescas, elaborado com o apoio do Programa Alimentar Mundial (PAM), relativo à Classificação Integrada das Fases de Segurança Alimentar (IPC) em Timor-Leste.
IPC é uma ferramenta que visa melhorar a análise de segurança alimentar e a tomada de decisões, com foco em objetivos de curto prazo para prevenir, mitigar ou diminuir a insegurança alimentar grave. A análise distingue o nível de insegurança alimentar em cinco fases distintas: 1 – mínima ou nenhuma insegurança alimentar aguda; 2 – ‘stress’ alimentar; 3 – crise alimentar; 4 – emergência alimentar; e 5 – catástrofe ou fome.
Os resultados da análise indicam que 360 mil pessoas, cerca de uma em cada quatro, enfrentam níveis críticos de crise de insegurança alimentar, das quais 18.500 estão na fase de emergência alimentar.
Segundo a mesma fonte, apesar de a época pós-colheita ser tradicionalmente considerada um período de melhor acesso a alimentos, prevê-se que, este ano, entre maio e setembro, o rendimento das colheitas seja menor, conduzindo, deste modo, a que 19 mil pessoas em seis municípios enfrentem um declínio adicional na sua segurança alimentar e que o número total de pessoas em condições de emergência alimentar aumente para mais de 22 mil.
A este propósito, o Ministro da Agricultura, Pecuária, Pescas e Florestas, Marcos da Cruz, referiu que os dados divulgados pelo IPC vão permitir ao governo fazer planos de apoio específico às comunidades que necessitam urgentemente de assistência, bem como melhorar a segurança alimentar, em geral.
Para a Diretora Nacional e Representante do PAM em Timor-Leste, Alba Garzon Olivares, a intensificação dos choques climáticos, a taxa de inflação e as recentes conclusões da análise do IPC tornam claro que é necessária uma ação urgente para evitar uma maior deterioração da insegurança alimentar em Timor-Leste.
“O PAM continua empenhado em trabalhar com o Governo e com outros parceiros para inverter esta tendência e reforçar os sistemas de proteção social sensíveis à nutrição”.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus