DÍLI, 09 de novembro de 2023 (TATOLI) – Estudos demonstram que cerca de 47% das crianças com menos de cinco anos em Timor-Leste estão em situação de subnutrição crónica o que causa nanismo, uma condição em que uma pessoa tem baixa estatura para a sua idade e deficiência de energia, proteína, vitaminas e minerais essenciais, conforme o Índice Global da Fome (IGF) para 2023.
Para efeitos de minimizar as consequências daquele problema, representantes do Centro Internacional de Agricultura e Investigação em parceria com a Universidade Nacional da Austrália e a Escola Australiana de Investigação em Saúde Menzies em Timor-Leste reuniram-se com representantes dos ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária, Pescas e Florestas para realizar uma investigação durante quatro anos sobre os fatores de risco que contribuem para a subnutrição crónica no país.
O Investigador da Escola Australiana de Investigação em Saúde Menzies em Timor-Leste, Nelson Martins, informou que a equipa vai iniciar o processo de obtenção de dados no Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) e, ulteriormente, em outros hospitais de referência dos municípios.
“A equipa de investigação vai utilizar métodos mistos para examinar os fatores de risco dos alimentos preparados e consumidos pelos agregados familiares, bem como do ambiente para que possam descobrir as principais causas que contribuem para a subnutrição e o atraso do crescimento das crianças timorenses”, referiu Nelson Martins, em Díli.
Segundo o investigador, as crianças que sofrem a desnutrição e o nanismo são obrigadas a fazer um teste no hospital para se poder descobrir doenças causadas por bactérias.
A este propósito, o Diretor da Unidade de Investigação e de Desenvolvimento do Instituto Nacional de Saúde Pública de Timor-Leste (INSP-TL), Marck Neves, destacou a necessidade de realizar esta investigação para combater a má nutrição no país. “Timor-Leste continua a registar a maior taxa de subnutrição. De acordo com dados do Programa Alimentar Mundial do ano passado, 8,2% das crianças sofrem desta enfermidade”, frisou.
Recorde-se que, segundo os dados da Pesquisa de Alimentação e Nutrição de 2020, até aos cinco anos (idade considerada pelas estatísticas internacionais), além das cerca de 47% das crianças que sofriam de nanismo, havia ainda 8,8% que apresentavam um peso inferior ao considerado adequado por padrões de saúde internacionais.
Notícia relacionad: Ministério da Saúde e União Europeia e parcerizam-se para combater subnutrição em Timor-Leste
Jornalista: Domingos Piedade Freitas
Editoraː Isaura Lemos de Deus
