DÍLI, 31 de outubro de 2023 (TATOLI) – Para desenvolver o campo petrolífero do Greater Sunrise, os representantes da Timor Gás e Petróleo (Timor GAP) e a Autoridade Nacional do Petróleo (ANP), reuniram-se, na semana passada, em Camberra, na Austrália, para discutir o conceito de desenvolvimento do campo de petróleo.
“Neste momento, estou a ver resultados muito positivos, há uma boa vontade de todas as partes para fazer avançar mais rapidamente este processo [desenvolvimento do campo petrolífero]. Não posso revelar os pormenores, pois se trata de um procedimento de negociação, mas posso afirmar que está a correr de forma positiva”, afirmou o Ministro do Petróleo e dos Recursos Minerais, Francisco Monteiro, em Díli.
O ministro, que demonstrou confiança em resultados positivos como efeito desta negociação, sublinhou ainda que o Governo australiano e as empresas do consórcio tinham chegado a acordo sobre o calendário da próxima reunião, incluindo a data e o local, que está previsto para próximo ano.
Francisco Monteiro adiantou também que o Executivo timorense está a realizar um estudo de viabilidade dada a especificidade do país, que está a ser negociado com a Austrália, bem como com o operador do projeto Greater Sunrise.
“Precisamos de convencer a Austrália e as empresas do consórcio a realizar um estudo de viabilidade conjunto de forma transparente, colocar todos os documentos em cima da mesa e analisá-los corretamente para podermos chegar a conclusões conjuntas que proporcionem benefícios mútuos no futuro”, afirmou o ministro.
No mês passado, o Vice-Presidente Executivo de Exploração e Desenvolvimento da Woodside Energy, Andy Drummond, numa reunião com o Ministro Francisco Monteiro, tinha afirmado que a empresa respeita a posição de Timor-Leste de avançar com o projeto no interesse do povo timorense, mas adiantou que “é demasiado cedo para determinar um local adequado para o processamento do campo petrolífero sem realizar um estudo de viabilidade económica”.
Recorde-se que o Governo de Timor-Leste, através da Timor GAP, participa no consórcio Greater Sunrise e representa 56,56%, a Woodside (operadora) 33,44% e a Osaka Gás 10%. De acordo com o Tratado das Fronteiras Marítimas, nomeadamente o artigo n.º 2 que regula a distribuição da percentagem do Greater Sunrise, está definido que se o gasoduto for para a Austrália, Timor-Leste recebe 80% e a Austrália 20%, se for para Timor-Leste, este país recebe 70% e a Austrália 30%.
Notícia relevante: Woodside insiste em estudo de viabilidade económica para desenvolver Greater Sunrise
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Maria Auxiliadora