DÍLI, 14 de setembro de 2023 (TATOLI) – Nos últimos seis anos, cerca de quatro mil professores e encarregados de educação nos municípios de Viqueque, Manufahi, Ermera e Liquiçá beneficiaram de apoios na melhoria da aprendizagem de competências de literacia. Este apoio decorreu sob o Programa de Alfabetização e Formação de Tétum Padronizado promovido pela Organização Não-Governamental australiana Mary MacKillop Today (MMT).
Para os professores a meta é melhorar o ensino-aprendizagem na sala de aula e para os segundos ajudar os educandos no seio doméstico em matérias do currículo. A ideia é que, incidindo em última instância sobre os alunos, estes beneficiem de uma ajuda que começa em casa (em conteúdos curriculares ainda não formalmente iniciados na escola) e continua na escola.
Segundo um estudo realizado recentemente pela MMT, 70% das crianças que terminam o 4.º ano de escolaridade, não conseguem ler uma única palavra que lhes é apresentada e 71% dos professores do ensino básico apenas possuem o ensino secundário e muitos não tiveram formação formal. Este estudo, baseado em testes do tipo EGRA (Early Grade Reading Assessment), é normalmente pautado por critérios bem definidos e mesuráveis e obedece a padrões internacionais metodologicamente aceites, pelo que é fiável que os seus resultados espelhem a realidade.
Dados os resultados, a MMT, em parceria com o Ministério da Educação, criou, entre outros, o Programa de Alfabetização e Formação de Tétum Padronizado para melhorar as competências dos professores e dos encarregados de educação.
O Diretor-Executivo da MMT, Alípio Baltazar, informou que a ONG promove, desde 2017, a formação de tétum padronizado seguindo as normas publicadas pelo Instituto Nacional de Linguística, e que esta já beneficiou 3.906 pessoas, das quais se incluem 894 professores e 2.501 encarregados de educação.
“Além dos professores, esta formação também se destina a encarregados de educação cujos conhecimentos e competências em matéria de literacia e numeracia são limitados. Pretendemos que adquiram conhecimentos básicos que lhes permitam se envolverem ativamente no processo de aprendizagem inicial das crianças antes destas fazerem parte da educação formal”, explicou.
Relativamente aos professores, o dirigente referiu ainda que a formação visa melhorar as competências dos docentes, sobretudo as dos professores que ensinam em áreas remotas, para os dotar de conhecimentos e recursos que permitam proporcionar aos alunos uma educação de qualidade.
A MTT, além do programa de alfabetização, faculta também formação em literacia da saúde e tem criado vários centros de aprendizagem móveis para as crianças, sobretudo em zonas rurais e remotas.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus