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Estado passa a ser acionista maioritário da Timor Telecom

Estado passa a ser acionista maioritário da Timor Telecom

O membro do Conselho da Administração da Timor Telecom, Luiz Rosa, e o Ministro das Finanças, Rui Gomes. Fotografia da Tatoli/Francisco Sony.

DÍLI, 03 de maio de 2023 (TATOLI) – O Governo de Timor-Leste e a empresa brasileira OI formalizaram hoje a compra, por parte do primeiro, de ações da operadora Timor Telecom, à segunda, por um montante superior a 21 milhões de dólares americanos.  Com esta aquisição, o Estado torna-se o maior acionista da Timor Telecom, aumentado a sua participação de 20,59% para 77,65%, isto é, torna-se acionista maioritário.

O Ministro das Finanças, Rui Gomes, afirmou que “por um lado, por motivos comerciais e financeiros, uma vez que continua a ser uma empresa viável. Por outro, porque a Timor Telecom assume de facto um valor estratégico, como uma das maiores e mais importantes empresas de Timor-Leste, já que é a principal fornecedora nacional de serviços de telecomunicações (em especial ao próprio Estado), e, finalmente, como instrumento relevante de coesão social e territorial”.

Segundo o ministro, essa vertente do negócio, à qual é atribuído o valor de 5,44 milhões, permite ao Estado assumir o controlo da empresa, aumentando a sua capacidade para influenciar as opções estratégicas da empresa, considerando também as expetativas legítimas dos acionistas privados minoritários.

“Timor-Leste tem de facto que saber fixar a Timor Telecom como um operador de referência, que seja um verdadeiro centro de decisão nacional, isto é, uma empresa que retém e desenvolve capacidades técnicas, gera empregos qualificados, toma decisões comerciais e financeiras com impacto local, e corresponde de forma próxima e concreta às necessidades do país, embora sem perder de vista a sua natureza lucrativa”, disse o governante.

De acordo com Rui Gomes, com esta transação o Estado assume também a posição de credor da Timor Telecom, adquirindo os créditos do grupo empresarial que atualmente detém a maioria do capital social da empresa. “Essa vertente do negócio, à qual é atribuído o valor de 15,67 milhões de dólares, dá ao Estado a possibilidade de assegurar que, a médio e longo prazo, o peso da dívida não asfixia a atividade da Timor-Telecom”.

“Considerando que os capitais próprios da empresa ascendem atualmente a cerca de 8,15 milhões de dólares, e que o valor da referida dívida ascende a cerca de 19,86 milhões de dólares, esta transação, com o valor global de 21,11 milhões de dólares, para além de uma opção política e estratégica, observa estritos critérios de racionalidade financeira”, afirmou.

Rui Gomes lembrou que o Governo timorense tencionava que este negócio se concretizasse em 2016, mas que só agora foi possível assinar. “Chegados até aqui, hoje Timor-Leste pode dizer com orgulho que a Timor Telecom regressa a casa”, realçou.

Um membro do Conselho da Administração da Timor Telecom, Luiz Rosa, lembrou que a história da participação da Portugal Telecom na Timor Telecom se mistura com a história de Timor-Leste, começando dois meses após a independência de Timor-Leste em julho de 2002, fazendo parte de um consórcio que foi declarado vencedor na disputa da exploração dos serviços de telecomunicações em Timor-Leste.

“Nos últimos 15 anos foram investidos mais de 180 milhões de dólares, e essa quantia contribuiu com mais de 16 milhões em dividendos para o Estado timorense enquanto acionista da sociedade. Apesar de ter como competidores grupos cerca de 300 vezes maiores que a Timor Telecom, a empresa consegui sobreviver a imensas pressões e, mantendo uma quota de mercado que hoje ronda os 46%”, referiu.

Luiz Rosa salientou ainda que maior legado e mais importante desse período foi o capital humano iniciado por um alto número de estrangeiros e hoje a Timor Telecom é operada por uma equipa 100% timorense.

Jornalista: Domingos Piedade

Editora: Maria Auxiliadora 

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