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Singularidades dos tais municipais destacados em livros  

Singularidades dos tais municipais destacados em livros  

DÍLI, 15 de dezembro de 2022 (TATOLI) – Os ministérios do Turismo, Comércio e Indústria (MTCI), do Ensino Superior da Ciência e Cultura (MESCC) e a Timor Aid, lançaram quatro livros sobre tecelagem dos panos tradicionais (tais) “Os têxteis”, um de cada, para Baucau, Bobonaro, Lautém e Oé-Cusse.

A publicação dos livros “Os têxteis” dos municípios em causa dão continuidade à iniciativa da Secretaria de Estado da Arte e Cultura (SEAC) para apresentar obras sobre a produção do tais ou têxteis em 13 municípios do país. A SEAC já lançou um livro sobre “Os têxteis de Covalima”.

Os livros referidos pretendem contribuir para o registo da riqueza de expressões culturais, com base na tradição, dos padrões dos diferentes tais produzidos no país.

No livro “Os têxteis de Baucau” explica-se que nos tais deste município predomina o vermelho e a comunidade usa os tais, em diferentes formatos, para fins religiosos e etnoculturais.

“Os tais que apresentam barras largas são utilizadas em rituais, com barras vermelhas para cerimónias festivas e com barras pretas para funerais. Já os tais mais recentes, que ostentam padrões florais e uma certa variedade de cor, são usados em cerimónias festivas não rituais”, explicou o Diretor-Geral da Secretaria de Estado da Arte e Cultura, Manuel Smith, no Centro de Convenções de Díli.

No que toca ao município de Bobonaro, este possui uma variedade de desenhos, de origem tradicional, que se distinguem pelas cores e padrões provenientes das diversas relações históricas e comerciais de Timor no passado.

Sobre “Os têxteis de Bobonaro”, muitas pessoas identificam o tais, com uma faixa central preta e duas laterais vermelhas, como o tais típico do município referido, outros apontam para o tais de grandes futus (modelos) coloridos.

Segundo as tecelãs, os tais de Bobonaro apresentam quatros modelos diferentes, alguns mais tradicionais e outros com padrões de influência estrangeira.

“Os têxteis de Lautém”, por sua vez, explica que a tradição de tecelagem é muito antiga, tendo ligações sagradas com o mundo dos seus antepassados. Lautém é derivada de duas palavras em fatalukulau e teinu – que significa têxtil sagrado (tais lulik, em tétum).

Este livro descreve algumas caraterísticas típicas da tecelagem lau de Lautém, originário dos postos administrativos de Tutuala, Lopalos e Lautém.

No que diz respeito ao livro “Os têxteis de Oé-Cusse”, este indica que a produção de têxteis no enclave era, até há relativamente pouco tempo, reservada para o uso local, mas, atualmente há alguns em exposição para venda.

“Existem dois tipos de têxteis tradicionais feito em Oé-Cusse. O primeiro, é um tecido tradicional feito de fios tecidos à mão com decorações tradicionais, usando cores naturais e, o segundo, é feito de têxteis que usam fio industrial e tintas sintéticas. À semelhança de outros timorenses, os tais de Oé-Cusse mantêm uma forte identidade cultural associada à natureza dos têxteis”, refere o livro.

Por sua vez, o Vice-Presidente do Comité Nacional do Património Cultural Imaterial, Abrão Mendonça, referiu que os livros transmitem a ciência e a arte do processo de tecelagem do tais tradicional às novas gerações. “Os livros explicam sobre o uso da matéria-prima para os têxteis e a técnica de produção do tais”, declarou.

Também o Ministro do Ensino Superior, Longuinhos dos Santos, afirmou que o tais, sendo  já reconhecido como património imaterial, o Governo deve implementar um plano nacional para salvaguardá-lo, fazer estudos sobre os tais, sensibilizar para o uso do tecido local à população através das redes sociais, criar competições para os jovens e promover o uso do tais nos mercados nacional e internacional.

Jornalista: Jesuína Xavier

Editora: Maria Auxiliadora

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