DÍLI, 08 de dezembro de 2022 (TATOLI) – Um empresário e antigo beneficiário de iniciativas da Organização Não-Governamental MOVE partilhou o seu testemunho sobre um caso concreto sucesso empresarial em Timor-Leste, no âmbito da Feira do Empreendedorismo, realizado pela MOVE na Fundação Oriente.
Hugo Lebre, da empresa Figus Sol Nascente, abordou, na sua apresentação, temas como competências económicas e financeiras, como concretizar ideias de negócios e vias de acesso a mercados exteriores. Relatou, também, um caso concreto de sucesso empresarial. Referiu-se ao cultivo e produção de uma nova planta que, até então, não existia no país.
“Tive sucesso em cultivar a figueira para produzir chá e outros produtos. O meu sonho é transformar a figueira num dos produtos principais de Timor-Leste. Dantes, só havia uma planta, cultivada na minha casa, mas agora já existe em todo o território de Timor-Leste”, revelou Hugo Lebre.
“Escolhi Oé-Cusse para implementar o meu projeto de negócio porque é uma zona especial de mercado que está no meio da Indonésia e, por isso, terá um acesso mais fácil. Quero que Oé-Cusse seja como outros lugares da Indonésia. Estou a pensar que o meu produto e Oé-Cusse têm de marcar a sua singularidade tal como é na Indonésia [em produtos únicos]. É aí que está o sucesso”, declarou o empresário.
O empreendedor encorajou os timorenses a investirem em produtos locais, dando-lhes a sua própria singularidade, para competirem com outros países nos mercados internacionais.
“Não temos qualquer problema com potenciais mercados para a figueira. Se investirmos, produzirmos, transformarmos e demonstrarmos o valor do nosso produto, podemos competir com outros países. Atualmente, somos todos países consumidores e não produzimos nada. Falamos muito sobre a exportação, o que que queremos exportar, mas o que nós exportamos são trabalhadores, não exportamos nada”, advertiu Hugo Lebre.
O Diretor do Centro Nacional de Emprego e Formação também teve uma intervenção nesta feira. José Simão Barreto informou que o centro formou, entre 2003 e 2022, mais de 7 mil formandos em várias áreas.
“Cerca de 85% dos formandos está a trabalhar em instituições do Governo. Muitos criaram empresas, mas cerca de 15 % não querem trabalhar depois de terminar a formação”, informou.
A MOVE é uma ONG para o desenvolvimento que acredita no empreendedorismo como forma de combater a pobreza. A sua missão é auxiliar pessoas a tornarem-se empreendedoras em países em desenvolvimento.
Equipa da Tatoli
