DÍLI, 19 de outubro de 2022 (TATOLI) – A Casa Militar da Presidência da República convocou uma reunião urgente com as entidades da segurança nacional para implementar disposições de emergência para o problema dos cidadãos timorenses que pretendem viajar para o estrangeiro em busca de emprego, sem garantias mínimas de sobrevivência e qualidade de vida. Estão em causa, entre outros, países como Portugal, Malásia e Emirados Árabes Unidos.
O Chefe de Casa Militar Interino da Presidência da República, Major Francisco Silva, disse que o objetivo da reunião é pensar em respostas de emergência para lidar com timorenses que pretendem ir para o estrangeiro, pois de acordo com informações, na próxima semana, mais de 200 pessoas vão realizar viagem para fora do país .
“A Casa Militar realizou uma reunião com as autoridades de segurança do Estado para adotar medidas rigorosos de modo a verificar a normalidade dos documentos de timorenses que pretendem viajar na próxima semana”, afirmou o Major Francisco Silva, no Palácio Presidencial.
Ainda de acordo com o dirigente, caso haja cidadãos recrutados por agências ilegais e isto seja detetado, aquelas vão ser processadas de acordo com a lei em vigor no país.
Os cidadãos que desejam viajar para o estrangeiro devem apresentar um passaporte válido por mais de seis meses, ter um bilhete de ida e volta e caso não cumpram estes requisitos, não devem viajar.
“Alertamos os timorenses que querem viajar para Portugal no dia 27 que se não tiverem os documentos completos, é melhor evitar a viagem para não ficarem abandonados”, apelou.
O Major Francisco Silva salientou ainda que as autoridades de segurança de Timor-Leste já informaram as autoridades de imigração portuguesas para estarem atentas à chegada de timorenses a Portugal.
“O pessoal da imigração portuguesa vai investigar os timorenses que vão chegar na próxima semana para descobrir quem está a patrocinar as viagens e a estadia em Portugal. Se houver alguma dúvida serão deportados”, frisou o major.
Questionado sobre a identificação dos suspeitos que exploram os timorenses nas redes de tráfico humano, o Major Francisco Silva respondeu “as entidades de segurança já sabem, não vou divulgar nos meios da comunicação social porque é segredo de justiça. Em breve vamos chamar [os infratores] e agir conforme da lei de Timor-Leste”.
A reunião contou com a participação dos representantes da Polícia Nacional de Timor-Leste, da Polícia Científica de Investigação Criminal, do Serviço Nacional de Inteligência , das FALINTIL-Forças de Defesa Nacional de Timor-Leste, da Comissão da Luta contra o Tráfico de Pessoas e do Serviço de Registo e Verificação Empresarial.
Noícia relevante: Conselho Superior da Defesa aborda situação dos jovens timorenses em Portugal
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Maria Auxiliadora