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Eva Pereira, a jovem que luta pelo ambiente desde a infância

Eva Pereira, a jovem que luta pelo ambiente desde a infância

Eva Pereira, a jovem que luta pelo ambiente desde a infância.

DÍLI, 10 de março de 2022 (TATOLI) – Eva Borges Pereira, voluntária do grupo Field Scientist, da Organização Não Governamental (ONG) Internacional Blue Venture, é uma apaixonada pelo ambiente. Uma paixão que começou na infância.

A jovem trabalhou com a Blue Venture na conservação marinha e com a equipa Mar Limpo, na ilha de Ataúro. Está atualmente na ONG Mercy Corps, mas continua a apanhar lixo nas praias de Díli. Quer que este seja um exemplo para a população.

Eva terminou, em 2018, a licenciatura em Ciências do Ambiente, na Universidade da Austrália do Sul, através de uma bolsa financiada pela Australia Awards Scholarships.

“Licenciei-me em Ciências do Ambiente e isso levou-me à proteção do ecossistema. A minha paixão é trabalhar diariamente no desenvolvimento sustentável”, diz.

Apesar de o trabalho em Ataúro como voluntária ter terminado, a luta pelo ambiente continua. “A experiência na ilha ensinou-me a aplicar os conhecimentos em Díli. Em 2020, criei um grupo no WhatsApp para limpar os espaços públicos. Os meus colegas apoiaram-me e começámos a limpar em frente à Embaixada da China”, conta.

São jovens e contribuem para um ambiente mais saudável na capital. A eles juntou-se o grupo Laudato Si e são agora mais de 30 as pessoas que fazem voluntariamente limpeza. Mas, para Eva, nunca são suficientes aqueles que trabalham para o ambiente e apela: “Quero aproveitar para convidar mais jovens a participarem voluntariamente nesta atividade ambiental”.

Eva considera este um exemplo e uma forma de sensibilizar a população para a necessidade de cuidar do ambiente.

Além da recolha de lixo, a jovem trabalha no fornecimento de dados para a Tangorea Blue Foundation, uma organização australiana que luta contra o lixo marinho.

Pelo seu impacto para a saúde pública, o lixo e o plástico são, para Eva, grandes problemas para a sociedade timorense e, por isso, são necessários dados. Defende que o programa governamental Plástico Zero precisa de incluir informações sobre a quantidade e o tipo de resíduos na capital.

Já percebeu, através da sua experiência de limpeza, que a maior parte do lixo nas ruas de Díli consiste em plástico, embalagens de comida, beatas de cigarros, tampas da água e roupas velhas.

A voluntária conta também que o grupo recolhe o lixo e coloca-o nos caixotes próximos, mas, como não há transporte para os esvaziar, o problema mantém-se. “Muitos bairros na capital não têm contentores de lixo e, quando existem, dizem que os que a equipa de saneamento de Díli demora muito a esvaziá-los”, lamentou.

Lembra também que um ambiente limpo, principalmente nas praias, atrai muitos visitantes.

Para Eva, é ainda necessário haver uma melhor coordenação entre o Governo e a população relativamente aos resíduos no país.

Sugere que se aja preventivamente o mais rápido possível, pois só assim Timor-Leste conseguirá responder a eventuais desastres naturais.

Jornalista: Jesuína Xavier

Editora: Maria Auxiliadora

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