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Mais de 200 mulheres de três municípios resolveram violência doméstica de forma tradicional

Mais de 200 mulheres de três municípios resolveram violência doméstica de forma tradicional

DÍLI, 23 de novembro de 2021 (TATOLI) – Mais de 200 mulheres dos municípios de Bobonaro, Ermera e Viqueque resolveram os casos de violência doméstica de forma tradicional, aponta um estudo da organização não governamental (ONG) Belun.

“Realizámos uma pesquisa para verificarmos qual o conhecimento das mulheres sobre as várias formas de violência. Duzentas e vinte quatro preferiram resolver culturalmente os casos de violência doméstica devido ao medo de deixarem os filhos e bens e aos longos prazos para resolver o problema na justiça formal. Não querem, por isso, esperar”, afirmou Maria Fátima Sara, oficial da pesquisa da Belun, no Hotel Novo Turismo, em Díli.

De acordo com a responsável, o estudo foi feito em seis sucos dos três municípios em causa. A metodologia consistiu num grupo de discussão entre mulheres das faixas etárias dos 18 aos 30, 30 a 40 e 41 a 50 anos.

A investigadora avançou também que a preferência das mulheres para resolver o problema de violência doméstica através da cultura se deve a questões económicas e à falta de consciência de que os gastos  com a cultura são maiores, pois são exigidos animais.

Segundo Maria Fátima Sara, as mulheres continuam a depender financeiramente dos homens e, por isso, têm medo de apresentar queixa.

“Sentem que os homens deixam os filhos e ninguém os pode proteger. Os maridos casam com outras mulheres e esquecem esta responsabilidade”, explicou.

Maria Fátima Sara adiantou também que só três ou quatro mulheres, entre as mais de 200, têm conhecimento dos centros de acolhimento, denominados de “uma mahon,  e desconhecem a lei contra a violência doméstica.

Recorde-se que a Secretaria de Estado para a Igualdade e Inclusão (SEII) registou, em 2020, mais de mil casos de violência doméstica em todo o território.

Segundo a Diretora Nacional da Política de Inclusão da SEII, Maria Filomeno Babo, esta Secretaria de Estado tem uma campanha para sensibilizar as pessoas sobre a violência contra as mulheres.

Maria Filomeno Babo lembrou ainda que existem várias formas de violência, nomeadamente contra as crianças e mulheres ou pessoas com deficiências.

A diretora garantiu que o Governo trabalha juntamente com organizações não governamentais e parceiros de desenvolvimento nacionais e internacionais para eliminar a violência.

De acordo com a diretora, Díli regista o maior número de casos de violência doméstica, seguido de Ermera.

De acordo com uma pesquisa demográfica e de saúde realizada em 2016, 33% das mulheres, dos 15 aos 49 anos, sofreram violência doméstica.

Jornalista: Jesuína Xavier

Editora: Maria Auxiliadora

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