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Embaixador de Portugal: É importante ter formação de língua portuguesa para jornalistas

Embaixador de Portugal: É importante ter formação de língua portuguesa para jornalistas

Embaixador de Portugal em Timor-Leste, José Vieira Machado e o Secretário de Estado da Comunicação Social (SECOMS), Merício Juvinal dos Reis ‘Akara’ foto conjunto com formandos do CLJ. Imagem/Egas Cristovão.

DÍLI, 17 novembro de 2021 (TATOLI) –  O Embaixador de Portugal em Timor-Leste, José Vieira Machado, disse que é importante ter formação em língua portuguesa para jornalistas timorenses de modo a poderem produzir notícias neste idioma.

O diplomata referiu ainda que o Consultório da Língua para Jornalistas (CLJ) conta com uma equipa de revisores linguísticos das notícias em português de vários órgãos de comunicação social, como por exemplo a Tatoli.

“A produção de notícias é feita em língua portuguesa”, afirmou no seu discurso.

O embaixador referiu também que a cooperação prevê ainda a formação em português de 20 jovens, candidatos a jornalistas.

Já o Secretário de Estado da Comunicação Social (SECOMS), Merício Juvinal dos Reis ‘Akara’, pede aos jornalistas timorenses que escrevam notícias em português.

“Já escrevem notícias em língua portuguesa. Apesar de já receberem informações dos vossos formadores sobre como escrever notícias com conteúdo em português, melhorem sempre a vossa escrita jornalística nesta língua”, sugeriu hoje o governante, no âmbito da atribuição dos certificados aos 71 formandos de vários níveis de proficiência – A1, A2, A2+ e B2 do CLJ – no Centro Cultural da Embaixada de Portugal, em Díli.

Akara disse que o Governo continua a garantir a cooperação com a embaixada e o Instituto Camões para a formação em língua portuguesa.

Já o projeto CLJ realizou estudos sobre as áreas críticas e dificuldades dos jornalistas timorenses para adequar as formações de Português e Jornalismo às reais necessidades deste público.

Cláudia Taveira, coordenadora-adjunta do CLJ, tinha antes afirmado à Tatoli que, inserido na primeira componente – a formação de Português para Jornalistas, a decorrer já desde 2016 – o projeto realizou um estudo aprofundado das reais necessidades dos jornalistas a nível linguístico.

Foram analisados conteúdos informativos da imprensa, rádio e televisão e aplicados testes diagnósticos para apurar o nível linguístico dos jornalistas. Foi ainda levada a cabo uma análise sociolinguística do público-alvo e de um conjunto de notícias para verificar as principais dificuldades na escrita em português, que ditou os conteúdos dos planos e manuais de formação.

“Nesta primeira fase de implementação do projeto, sentimos uma grande motivação dos jornalistas, que, apesar das exigências profissionais e dos horários pesados de formação, frequentaram assiduamente os cursos de Português”, afirma Cláudia Taveira.

“Todos os estudos indicam que, sem motivação, um adulto não consegue aprender uma língua não materna. A nossa estratégia para motivar os jornalistas passou por adaptar os cursos às suas necessidades”, acrescenta.

Na segunda componente do CLJ – a formação jornalística, que teve início em 2021 – foi realizado um levantamento das necessidades formativas. As duas jornalistas portuguesas que conduziram a investigação analisaram mais de uma centena de notícias produzidas em tétum e em português à luz de mais de 120 critérios.

Aplicaram igualmente questionários aos jornalistas, realizaram entrevistas aos responsáveis de órgãos de comunicação social e observaram diretamente os procedimentos destes profissionais em contexto de reportagem.

Está ainda a decorrer a formação em áreas detetadas como problemáticas na primeira fase de implementação do projeto – Pensamento Crítico, Lógica e Evidência, Matemática para Jornalistas, Conhecimentos Gerais, Redação e Instituições Nacionais e Internacionais.

Além do estudo das necessidades, o CLJ disponibiliza formação de português em contexto de trabalho, tanto a jornalistas e editores, como a revisores linguísticos, dando também enfoque às principais dificuldades destes beneficiários.

O CLJ tem como objetivo geral capacitar os profissionais de comunicação social timorenses para a transmissão de informação fidedigna ao público em língua portuguesa, contribuindo para o aumento da literacia mediática, económico-financeira e jurídica e para o fomento do conhecimento geral da população.

O projeto decorre da cooperação entre o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, e a Secretaria de Estado para a Comunicação Social (SECOMS), sendo atualmente executado pelo Centro de Formação Técnica em Comunicação (CEFTEC).

O público-alvo do CLJ são jornalistas da imprensa, rádio, televisão e plataformas digitais de órgãos públicos e privados, bem como profissionais ligados à comunicação do Governo – assessores de imprensa, revisores ou tradutores.

Recorde-se que a primeira fase começou em 2016 e terminou em 2020, ano em que o Governo de Timor-Leste e o Camões I.P. renovaram o acordo de parceria para a segunda fase, com uma duração de três anos, entre 2021 e 2023.

O projeto contribuiu, na primeira fase, entre 2016 e 2020, para a revisão linguística de mais de 13 mil notícias e reportagens em língua portuguesa e para a formação de mais de 210 profissionais distribuídos por diferentes níveis de proficiência de português – A1/A2 (níveis básicos), B1, B2 e B2+ (níveis intermédios).

Jornalista: Jesuína Xavier

Editora: Maria Auxiliadora

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