DÍLI, 30 de setembro de 2021 (TATOLI) – O Primeiro-Ministro, Taur Matan Ruak, assinou hoje um compromisso para erradicar a tuberculose em Timor-Leste.
Matan Ruak afirmou que é necessário combater esta doença infeciosa no país.
“Verifica-se, contudo, uma grande prevalência desta doença junto das pessoas que mais necessitam da nossa ajuda e preocupação, as pessoas mais carenciadas, vulneráveis e desfavorecidas do país, as quais, enfrentando sérias dificuldades de nutrição e pobreza, são confrontadas com os desafios de promoverem comportamentos saudáveis de alimentação, de higiene ou de prevenção de doenças infetocontagiosas”, disse o Chefe do Governo, no seu discurso, em Manleuana, Díli.
O Primeiro-Ministro referiu a importância de renovar o grande desígnio assumido pelo país no Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional (PEDN) e previsto nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), assinando um compromisso entre Timor-Leste e os parceiros de desenvolvimento para acabar com esta doença infeciosa.
O Chefe do Executivo prometeu alcançar, nos próximos cinco anos, mudanças significativas na luta contra a tuberculose.
“Esperança que será certamente reforçada pela mobilização de novos meios e recursos, no combate liderado pelo Ministério da Saúde a nível nacional, promovendo novas vontades, estabelecendo novas parcerias e implementando um novo espírito de saúde familiar e comunitária”, realçou.
Segundo o Primeiro-Ministro, para acabar com a tuberculose no país, são necessárias medidas exigentes para a melhoria do processo de desenvolvimento nacional.
“Os desejos de modernidade, de progresso, de inovação, de empreendedorismo, de produtividade e de aumento de rendimentos económicos só podem ser atingidos com uma população bem formada, ativa e saudável, a qual representa a verdadeira riqueza de um país”.
Este compromisso tem como objetivo fazer mais e melhor pelas pessoas infetadas, nos próximos cinco anos, com mais trabalho, esforço, apoio, uma melhor assistência e um investimento maior alocados à saúde pública.
Matan Ruak recordou ainda que este é um risco que afeta cerca de 500 pessoas em cada 100 mil habitantes no país, o que representa a segunda maior taxa de incidência na região do Sudeste Asiático e uma das mais elevadas em todo o mundo.
Também o representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Timor-Leste, Arvind Mathur, afirmou que a má nutrição, o tabagismo e a pobreza são os principais fatores de risco para as pessoas contraírem tuberculose.
“A tuberculose pode ser tratada, mas quero lembrar que esta doença infeciosa é uma doença presente em todo o mundo”, concluiu.
Recorde-se que o Mecanismo de Coordenação do Fundo Global (CCM, em inglês) tinha já disponibilizado mais de 15 milhões de dólares americanos ao MS, sendo que 8,3 milhões de dólares americanos são destinados ao combate à tuberculose em Timor-Leste.
Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgados pelo Vice-Ministro da Saúde, Bonifácio Mau Coli dos Reis, três a quatro timorenses morrem, por dia, no país, com tuberculose.
A pesquisa mostra que, já há muitos anos, cerca de 30% a 40% dos casos de tuberculose não são detetados, pelo que se mantém o risco de contágio na comunidade devido a causas multidimensionais e transversais.
De acordo com os dados, a taxa de incidência da doença em Timor-Leste é de 498 casos por 100 mil habitantes. A taxa de mortalidade é de 88 por cada 100 mil habitantes.
Jornalista: Isaura Lemos de Deus
Editora: Maria Auxiliadora