DÍLI, 25 de junho de 2021 (TATOLI) – A Organização Não Governamental Oxfam Timor-Leste recomendou ao Governo timorense que desse prioridade ao investimento no setor produtivo para garantir a diversificação económica no país.
O Diretor Nacional da Oxfam, Fausto Belo Ximenes, disse que Timor-Leste depende apenas das receitas petrolíferas para apoiar o processo de desenvolvimento do país, por isso, é necessário ter alternativas adicionais no futuro para que a comunidade possa participar.
“Estamos a depender do petróleo que um dia vai acabar. Em Timor-Leste, 70% da população trabalha na agricultura, o Governo deveria dar mais atenção”, disse hoje Fausto à TATOLI, no seu local de trabalho.
O diretor frisou ainda que o Governo está a desenvolver apenas as infraestruturas e reduziu o orçamento alocado aos setores produtivo e sociais que têm um impacto direto em todos os níveis da sociedade.
Segundo o relatório da Oxfam de 2019, apesar de a economia timorense ter crescido com os recursos do petróleo e gás natural, os benefícios apenas fluíram para a pequena classe média na capital.
A taxa de pobreza nas áreas urbanas e rurais tem aumentado na última década, contando com 25% na capital e 80% nas áreas rurais.
O diretor nacional revelou ainda que mantém o contributo para a diminuição da desigualdade de riqueza em Timor-Leste e da falta de desenvolvimento de setores chave, como a agricultura, no sentido de combater a pobreza.
“Quase 70% da população depende da agricultura de subsistência para sustentar a família. Embora a maioria da população dependa da agricultura, não houve um crescimento real do setor agrícola desde 2010”, recordou.
De acordo com o diretor, o Governo tem alocado orçamento insuficiente no Orçamento Geral do Estado desde 2014.
A pesquisa mostrou ainda que apenas 30 mil hectares, de 70 mil de terras agrícolas, são cultivados. Existe um potencial significativo inexplorado para melhorar a segurança alimentar e os rendimentos das populações rurais de Timor-Leste.
O Governo timorense desenvolveu uma visão de crescimento de rendimento médio-alto com uma população educada e saudável até 2030. De acordo com este plano, a agricultura, o turismo e a indústria transformadora são identificados como os principais setores não petrolíferos para diversificar a sua economia.
Jornalista: Jesuína Xavier
Editor: Zezitol Silva