DÍLI, 11 de março de 2021 (TATOLI) – O Ministério das Obras Públicas efetuou já o pagamento de indemnizações a 94% dos agregados familiares afetados pela construção do troço que liga a rotunda de Comoro a Tíbar, disse o Diretor Nacional de Estradas, Pontes e Controlo de Cheias, João de Sousa.
O responsável lembrou ainda que, dos 94% dos agregados familiares, 46 receberam já a indemnização relativa à primeira fase, no valor de 679 mil dólares, enquanto na segunda apenas 65 famílias foram indemnizadas, no montante de 846 mil dólares. No que respeita à última fase, 23 agregados familiares usufruíram já do pagamento no valor de 131 mil dólares.
“O pagamento aos familiares afetados teve lugar entre os meses de setembro e novembro de 2020. Portanto, muitos deles foram já indemnizados. Resta apenas efetuar o pagamento a oito agregados familiares, incluindo ao Colégio de São Miguel Arcanjo”, afirmou João de Sousa à Agência TATOLI, esta quinta-feira, via telefone.
Segundo o responsável, o Governo não compensou ainda esta escola devidos ao valor elevado, superior a um milhão de dólares.
“Este montante deve primeiramente ser discutido no Conselho de Administração do Fundo das Infraestruturas para que seja obtida a sua aprovação. Quanto à situação dos restantes familiares, poderá ser decidida a nível ministerial”, referiu.
O dirigente sublinhou igualmente que “as famílias têm um prazo de três meses para saírem do local onde se efetuarão as obras, depois de receberem a indemnização na sua conta bancária”. No entanto, a Unidade da Gestão de Projeto pediu a extensão do prazo até que o Banco Asiático para o Desenvolvimento pudesse dar autorização ao Governo timorense para recorrer ao Fundo de Empréstimos para os projetos, financiando, assim, as obras em causa.
“Estamos comprometidos em retirar a população daquelas áreas. Caso algumas famílias não queiram sair de lá, temos o Instituto de Gestão de Equipamentos para nos ajudar a retirá-los de lá. Este apoio contará com a participação das empresas selecionadas pela Comissão Nacional de Aprovisionamento”, frisou.
O responsável salientou, de igual modo, que o pagamento da indemnização varia de acordo com os materiais de construção a serem usados nas futuras habitações.
“A casa dita temporária é construída a partir de folhas de zinco, tábuas ou bambu, piso em cimento polido, teto de folha de palmeira, portas e janelas e tem um custo de 40 dólares por metro quadrado. Quanto à semipermanente, a construção é feita apenas com meia parede, combinado com zinco, piso em cimento polido ou em azulejo, teto de folha de palmeira ou de zinco, portas e janelas, cujo custo está fixado em 80 dólares por metro quadrado”, afirmou.
“A habitação permanente com características normais, contém paredes inteiras, piso em cimento polido ou em azulejo, teto com folhas de zinco, portas e janelas e paredes pintadas cobertas em reboco. O seu custo está avaliado em 110 dólares por metro quadrado. Já a casa de luxo e permanente, é construída com paredes inteiras, pintada, piso em azulejo, teto com folhas de zinco, foro, portas e janelas com materiais de qualidade. Tem um custo de 150 dólares por metro quadrado”, acrescentou.
João de Sousa referiu igualmente que o muro temporário, construído com zinco ou tábua tem um custo de dois dólares por metro, enquanto outro com arame farpado tem um preço de seis dólares. Em relação aos muros ditos normais e permanentes, o preço ronda os 40 e os 120 dólares por cada metro, respetivamente.
O responsável referiu também que as plantações serão pagas de acordo com os padrões aprovados, em 2014, pelo ex-Ministro da Agricultura e Pescas, Mariano Assanami Sabino.
“O preço do sândalo varia entre os dez e os 60 dólares. O teca custa entre cinco a 30 dólares, enquanto o mogno entre os três e os 25 dólares. O coqueiro entre 25 a 60 dólares, o cajueiro 15 dólares, o cacaueiro igualmente 15 dólares, a areca 25 dólares e as folhas de bétele cinco dólares”, adiantou.
Recorde-se que a construção do troço que faz a ligação entre a rotunda do Presidente Nicolau Lobato, em Comoro, a Tíbar, orçada em mais de 12 milhões de dólares, está a cargo da empresa internacional China Wuyi.
O projeto de construção da via arrancou a 28 de fevereiro de 2017 e deveria ter terminado em outubro de 2019. Contudo, tal não foi possível devido às crises política e sanitária que o país tem vivido nos últimos tempos.
Jornalista: Florêncio Miranda Ximenes
Editora: Julia Chatarina