DÍLI, 09 de março de 2020 (TATOLI) – A população de Tíbar pediu ao Governo que não instalasse um centro de quarentena para casos suspeitos de infeção por coronavírus próximo à zona habitada.
O representante dos moradores do suco de Tíbar, no Posto Administrativo de Bazartete, Horácio da Conceição, manifestou também a sua discordância em relação à decisão do Governo em instalar um centro de quarentena para doentes suspeitos de infeção com o Covid-19.
“Os habitantes de Tíbar rejeitam totalmente a decisão do Ministério da Saúde de criar um local de isolamento no suco de Tíbar. Como sabemos, a criação de um centro de quarentena visa receber os suspeitos de infeção com o novo coronavírus, como acontece com o cidadão italiano. Se o Estado não mudar a sua posição, o povo continuará a protestar”, alertou hoje o habitante à Agência TATOLI, na sede do suco de Tíbar.
De acordo com o representante da comunidade, o Executivo não pode fazer de Tíbar uma “lixeira”, onde se tratam várias doenças graves.
“Não aceitamos que pessoas suspeitas de terem contraído o vírus se transfiram para Tíbar”, afirmou.
Também o administrador do Posto de Bazartete, João Nascimento Brás, não concorda que o Ministério da Saúde transfira o cidadão italiano, suspeito de estar infetado com o coronavírus, para Tíbar.
“Penso que o Governo timorense já previu verbas em número suficiente para a instalação de um centro de quarentena”, acrescentou.
João Brás manifestou, como tal, insatisfação com o Governo central pelo facto de o Ministério da Saúde ainda não ter informado as autoridades locais sobre o lugar onde pretende instalar um centro de quarentena.
Face à decisão tomada pelas autoridades de saúde a comunidade de Tíbar realizou uma ação de protesto, tendo as forças policiais usado gás lacrimogéneo.
Segundo o chefe do suco de Tíbar, Bento Correia da Conceição, a decisão de instalar um local de isolamento deve partir da vontade da população local e não do Governo central.
Jornalista : Domingos Piedade Freitas
Editor: Zezito Silva